Em entrevista à jornalista Leda Nagle, veiculada na internet, o deputado federal fez alusão ao retorno do AI-5 para conter possíveis radicalizações populares no País.
Para Renato Roseno, as declarações de Eduardo Bolsonaro são repugnantes, recebendo reproches de todos os partidos, inclusive do seu próprio.
“O PSL criticou este abjeto discurso contra a democracia, que foi conquistada a duras penas neste País. Muita gente morreu e foi torturada nos porões covardes da ditadura, e elogios ao repugnante AI-5 traz memórias da pior página da história do Brasil”, salientou Roseno.
De acordo com o deputado, o presidente da República Jair Bolsonaro, assim como os seus próximos, em todas as manifestações públicas, demonstram pouco apreço à democracia.
“Pelo menos duas vezes por semana, o presidente Bolsonaro ataca a imprensa, os seus decretos já violaram princípios da participação social, além de que suas declarações são todas em desapreço pela democracia”, avaliou o deputado.
Segundo Roseno, a fala do deputado federal ultrapassou todo e qualquer limite do aceitável. “Precisamos levantar a voz, altiva e valente em favor da democracia, caso contrário podemos correr o sério e real risco de um regime fascista neste País”, afirmou.
O deputado sugeriu que os poderes Judiciário e Legislativo se posicionem em relação a este tema. “Ou ocupamos o lugar na história que nos apresenta ou seremos covardes. E eu não quero entrar no rol dos covardes e silenciosos”, assinalou.
Em aparte, o deputado Queiroz Filho (PDT) considerou que independente de divergências políticas e partidárias, certos limites democráticos precisam ser respeitados. “Nós jovens não sofremos diretamente com a ditadura militar, mas quem tem um pouco de discernimento pode imaginar este momento histórico terrível”, comentou.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) se somou aos esforços de participar de qualquer ato de repúdio às declarações do deputado federal. “É o mínimo que esta Casa pode fazer pela democracia”, opinou.
Para o deputado Elmano Freitas (PT), a democracia aceita toda e qualquer posição daqueles que pensam diferente e do direito de expressarem suas ideias, mas não aceita aqueles que são contrários à democracia.
“O Eduardo Bolsonaro expressa a opinião de setores da sociedade, pois a democracia é tão boa que admite até aqueles que vão às praças públicas defender a tortura e o estupro. Mas a atitude exemplar a ser seguida seria a cassação do seu mandato”, defendeu Elmano Freitas.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) também endossou o entendimento de que o mandato de Eduardo Bolsonaro deveria ser cassado. “A conduta de um parlamentar não pode ser essa, e a Câmara Federal tem que assumir um posicionamento. E o ideal seria o caminho da cassação”, pontuou.
RG/AT