Roseno cobrou reparação por parte do governador Camilo Santana e propôs a criação de um programa de “redução da letalidade policial”. O parlamentar comentou a atuação dos agentes de segurança pública do Estado, e reforçou que seu mandato gasta “tempo e energia sinceros com o tema segurança pública e a garantia dos direitos de seus agentes”.
A agenda do mandato, ainda de acordo com o parlamentar, tem cinco pautas principais que norteiam as ações no tocante ao tema segurança pública: lutar pela garantias de boas remunerações e carreiras fortalecidas, formação adequada dos agentes, melhoria dos equipamentos à disposição dos agentes, atenção psicossocial e integridade dos agentes.
Renato Roseno ressaltou que, até o momento, não há dúvidas de que o projétil que matou Juan partiu do aparato policial do Estado, tanto que o agente público que realizou o disparo foi preso no Presídio Militar pela própria corporação.
Roseno informou que houve um aumento de 439% nas mortes causados por intervenções da Polícia cearense nos últimos seis anos. Foram, de acordo com ele, 41 mortes em 2013, 109 em 2016, 161 em 2017, e 219 em 2018.
“Não sou técnico em abordagem policial, mas mesmo sem ser, digo que uma morte causada em uma intervenção como essa que aconteceu não deve ser naturalizada, e sim considerada uma excepcionalidade”, disse.
“Temos que trabalhar pela redução dessa letalidade, assim como dos abusos e desvios de conduta cometidos”, completou.
O parlamentar cobrou uma reparação por parte do Governo do Estado, ainda que uma palavra do governador Camilo Santana, não apenas à mãe do Juan, mas a todas as mães de filhos que foram vítimas desse tipo de abordagem. “Uma reparação não precisa ser material, pode ser simbólica, e é algo que essas mães esperam, pois elas já me disseram isso”, afirmou.
Roseno considerou a criação de um programa, ou, pelo menos, uma discussão sobre o assunto, voltado para a redução da letalidade policial nas abordagens, com a participação do Governo, Parlamento, entidades relacionadas e sociedade civil.
Ele disse, ainda, que encontros juvenis, saraus literários, e até encontros promovidos pelo programa Ceará Pacífico voltados para a juventude são interrompidos pelas forças policiais. “As comunidades olham para a Polícia com sentimento de medo, e isso não deve acontecer”, ponderou.
Em aparte, o deputado Tony Brito (Pros) considerou que essa truculência percebida nas abordagens pode vir do tratamento recebido pelos policiais nas instituições policiais. Ele também sugeriu que o policial deve ser inserido na comunidade e trabalhar junto com ela, “justamente para evitar esse tipo de relação que gera esses resultados”.
PE