O parlamentar exemplificou a demissão de jornalistas, como Paulo Henrique Amorim, demitido da Rede Record, e o pedido de desligamento de Raquel Sheherazade, do SBT, que teria sido feito por um dos patrocinadores da emissora.
“Não podemos permitir que a imprensa não possa emitir sua opinião. Não podemos admitir que um jornalista seja suspenso ou demitido por não ir de acordo com o pensamento político da empresa”, declarou.
Osmar Baquit teme que os jornalistas, em geral, não tenham mais voz ativa, sem a possibilidade de desempenhar seu papel de cobrar, informar de forma imparcial e que, com o passar do tempo, não tenham onde trabalhar de forma livre. “Eu vejo nisso tudo um abismo e um perigo enorme. Daqui a pouco só restará no jornalismo aqueles que não têm pensamento próprio, sem voz e falam somente o que os grandes empresários querem”, pontuou.
O deputado falou também sobre as conversas entre o ex-juiz da Operação Lava Jato e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e procuradores envolvidos na operação, divulgadas pelo site The Intercept. O parlamentar estranhou o fato de Sérgio Moro não reconhecer as conversas vazadas, mas ter pedido desculpas ao Movimento Brasil Livre (MBL) por trecho das conversas em que criticava o partido.
Para Osmar Baquit, é preciso criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar quem forneceu as mensagens ao site e conhecer o conteúdo completo dessas conversas. “Enquanto isso não for resolvido, teremos uma crise toda semana”, afirmou.
O deputado Audic Mota (PSB), em aparte, ressaltou que não deveriam julgar conversas sem saber o contexto em que foram ditas e destacou que os diálogos são privados e não poderiam ser levados a público. “Não vejo nada de anormal naquelas conversas. É algo corriqueiro no meio legislativo”, opinou.
O parlamentar cobrou uma investigação para saber como essas conversas chegaram até o The Intercept. “A prioridade no momento é saber quem forneceu as mensagens ao jornalista. A minha preocupação é evitar que isso aconteça com pessoas de outras patentes de forma ilegal como aconteceu”, ressaltou.
GS/LF