Conforme o parlamentar, a discussão começou devido ao aumento da violência nos estádios. O deputado lembrou que o documento que proibia a comercialização e consumo de bebidas foi assinado por representantes do Ministério Público e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 25 de abril de 2008.
Apóstolo Luiz Henrique contou que, após dois anos da implantação das medidas e diante da redução da violência, que, segundo ele, foi comprovada por registros e ocorrências policiais aliadas ao retorno das famílias aos estádios, o Congresso Nacional acolheu as restrições, incorporando-as no Estatuto do Torcedor. “Estão ignorando os benefícios e os resultados e estão querendo o torcedor em risco novamente. Eu pergunto: por quê? Quem está por trás disso?”, questionou.
Luiz Henrique opinou que a polícia, o torcedor e o Governo terão prejuízo, e as famílias também serão prejudicadas. “O que vale mais, o dinheiro ou a vida? Vale mais a paz, a saúde, entrar em um lugar em que todos vão estar se divertido em seu senso normal”, frisou.
O parlamentar disse ainda que vai solicitar audiência pública, além de convocar o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o Ministério Público (MP) para que o problema seja resolvido.
Em aparte, o deputado Marcelo Sobreira (PDT) alegou que é necessário fiscalização. Ele explicou que já existe lei municipal que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas a 100 metros dos estádios. O parlamentar comunicou ainda que protocolou projeto na Assembleia Legislativa para também restringir a venda e consumo de bebidas alcoólicas a 500 metros de todas as arenas esportivas no Ceará.
Já o deputado Soldado Noelio (Pros) pontuou que o trabalho da polícia fora do estádio é muito grande. “É muito gasto de recursos humanos e materiais", defendeu. O parlamentar ainda citou dados do Rio Grande do Sul, que não aprovou a liberação da venda e consumo de bebidas em estádios. Conforme o parlamentar, antes da proibição, enquanto eram registrados 600 casos de violência nas arenas desportivas do estado, cinco anos depois foram contabilizados 112 casos. "Essas informações precisam ser externadas à população", afirmou.
Já a deputada Dra. Silvana (PR) argumentou que a lei já existe, e não é possível legislar sobre o que já está escrito. “O que podemos fazer é solicitar fiscalização em torno do estádio. Não entendo que uma Casa que, na legislatura anterior, teve como símbolo a Campanha Ceará sem Drogas, diminua-se, voltando atrás com a aprovação do projeto”, opinou.
LV/LF