Você está aqui: Início Últimas Notícias Maioria dos internautas concorda em criminalizar violência nos estádios
A maioria dos participantes, ou 61.8%, aponta que a principal maneira de garantir a punição é criminalizando os que praticam vandalismo e violência. Já 23.5% acreditam que é impondo mais rigor na investigação de atos de agressão de torcedores. Outros 14.7% consideram que os clubes de futebol devem ser responsabilizados.
Para o deputado Evandro Leitão (PDT), a violência nos estádios deve ser combatida em diversas frentes, com investigação, ação ostensiva, punição e campanhas educativas, unindo clubes, poder público e torcedores. “É importante, no entanto, que não se criminalizem todos os torcedores por conta das atitudes de alguns que, de forma isolada, praticam atos violentos nas arenas esportivas”, alerta.
O parlamentar observa que os autores de ações violentas devem ser devidamente identificados e punidos, pois essas pessoas não representam os verdadeiros torcedores, que sempre vão aos estádios apoiar seus times e torcer de forma pacífica.
O deputado Renato Roseno (Psol) enfatiza que é preciso haver uma investigação criteriosa para chegar à individualização das condutas dos torcedores, além de investimentos em políticas públicas que busquem a mediação positiva de conflitos. “Não faltam leis para criminalizar a conduta de danos ao patrimônio público. O necessário agora é investigar e chegar ao torcedor que pratica violência”, afirma.
O parlamentar destaca que, em alguns estados, as torcidas organizadas são chamadas pelo poder público para se engajar na não violência. “Apoio essa lógica de trabalhar pela não criminalidade e buscar a não glamourização da violência”, salienta.
O sociólogo Luiz Fábio Silva Paiva, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que as pessoas que promovem a violência dentro e fora dos estádios precisam sim ser responsabilizadas. “A punição não deve se limitar na repressão ou no cerceamento de direitos. Ela deve ter um caráter pedagógico, com a pessoa ao final de um processo de responsabilização entendendo a importância do cuidado de algo que é de uso coletivo”, diz.
Para o professor, prender e multar o agressor ou punir o clube não podem ser medidas isoladas. “É preciso um esforço coletivo para educar os torcedores e estabelecer relações de rivalidade não violentas”, afirma.
GM/AT