“Em fevereiro de 2015 alertei o Governo sobre essa crise hídrica. Chegamos a junho de 2016 e das ações emergenciais que foram apresentadas, só 30% do previsto está concluído. Estamos vendo o colapso chegar, bairros sem abastecimento de água, 30 sedes de municípios com racionamento e até agora a Cagece não nos apresentou nenhum plano para a situação”, salientou Carlos Matos.
Segundo o parlamentar, a Cagece errou muito ao estabelecer como meta reduzir 10% do consumo diante da crise que se avizinha, penalizando o consumidor que não tem culpa desse processo. Ainda de acordo com o deputado, a Cagece desperdiça 30% de cada 100 litros.
O deputado visitou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para saber como a companhia lidou com o racionamento de água no Estado. O deputado relatou que a meta de redução de consumo foi de 20%, dando 30% de desconto para quem conseguisse essa redução, e cobrado mais caro para quem consumiu além do estipulado.
Para Carlos Matos, o que fez a medida dar certo foi esse equilíbrio, incentivando a redução e penalizando aqueles que não cumpriram a meta. “Fortaleza só começa a perfurar poço agora. Nas ações emergenciais do Governo não havia um centavo para incentivo na redução de consumo ou criação de fundo para administrar a situação. Nem reuso de água, pois 25% da água que Fortaleza consome poderia ser reaproveitada. A Cagece segue sem um plano B e a solução vai ser o racionamento mesmo”, lamentou.
Em aparte, o deputado Leonardo Pinheiro (PP) concordou que há muitas falhas, mas existe bastante esforço e acertos por parte do Governo. “Estudos mostraram antecipadamente quando cada município entraria em colapso e conseguimos evitar que 40 desses sofressem com a seca”, exemplificou.
O deputado Agenor Neto (PMDB) reclamou da demora do Governo no desenvolvimento de ações. “Uma crise hídrica prevista e ainda corremos atrás de recurso? Isso é falta de prioridade. Foi queimado em torno de R$ 200 milhões para comprar tatuzões para túneis, quando poderíamos ter comprado perfuratrizes”, criticou.
Para o deputado Roberta Mesquita (PSD), houve sim esforço por parte do Governo, mas não há muito que se comemorar. Já o deputado Carlomano Marques (PMDB) apontou como falta de responsabilidade o atraso nas ações de combate à seca.
LA/AT