De acordo com o parlamentar, o movimento paredista já foi considerado ilegal, mas “o Governo deve esclarecer como vem sendo empregado o orçamento da Educação, para que todos saibam das reais possibilidades de reajuste. Roberto Mesquita lembrou que há no Ceará 705 escolas estaduais de ensino médio, quase meio milhão de estudantes lotados nessas unidades e 14 mil professores.
O deputado revelou que, atualmente, há quase 50 escolas ocupadas por estudantes. “Enquanto isso, a Assembleia Legislativa em nenhum momento se posicionou em relação a esse movimento, que está fazendo um mês hoje. O que sabemos é que os professores, com toda a legitimidade, reclamam direitos que conseguiram através de muita luta, e o Estado não está cumprindo. A data-base de reposição salarial dos professores é em janeiro. O Governo adiou o reajuste para março e, em março, pediu mais 60 dias, para verificar o comportamento da arrecadação do Estado”, pontuou.
O diálogo que estava ocorrendo não avançou, e nada vem sendo mostrado à sociedade, apontou o parlamentar. "O prejuízo de 30 dias sem aula não é mensurável". Ele lembrou que os alunos estão sofrendo enormes prejuízos, “uma fração grande dos alunos do nono ano não sabe ler nem fazer as quatro operações. Quem tem um pouco de condição se afasta do ensino público", ressaltou.
"Uma das conquistas do atual governo foi a construção de 100 escolas profissionalizantes e o Programa de Alfabetização na Idade Certa, copiado pelo Governo Federal. Nós já vimos, nos últimos anos, discutir o piso para o magistério. De antemão, digo que, de todos os profissionais pagos pelo Estado, os mais bem pagos deveriam ser os professores, porque a eles cabe a maior das responsabilidades, de transformar a realidade de muitos de nossos filhos", defendeu.
O deputado abordou ainda o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o fato só aconteceu porque as condições econômicas do País se deterioraram. Por isso, ele defende que o Governo interino devolva a confiança aos brasileiros, para que os investimentos retornem e o País volte a crescer.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana lembrou que, na universidade, enfrentou uma greve de professores. “Até hoje a gente guarda marca daquele período”.
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