O parlamentar frisou que a manifestação foi suprapartidária e contou com negros, índios, comerciantes e diversos segmentos da sociedade. “Foi um ato muito mais amplo do que qualquer partido político e a primeira palavra de ordem foi acabar com a corrupção e cobrar punição para todos aqueles que cometeram atos ilícitos”, afirmou.
Moisés Braz explicou que, apesar de o PT estar no poder, o partido quer apurar todos os fatos. Porém, isso deve acontecer dentro de um processo democrático. Não pode haver um golpe por parte daqueles que perderam as últimas eleições, segundo ele. “É preciso fazer a defesa dos que não cometeram ilegalidades. Todos concordamos que o País passa por uma momento de crise. Porém, é necessário cumprir o nosso papel em defesa de um Estado mais forte e de uma economia mais eficiente”, acentuou
O petista lembrou ainda que antes dos governos Dilma Rousseff e Lula já existia corrupção, porém, os casos não eram apurados ou sequer investigados. “Não podemos aceitar que o PT e o Lula são os pais da corrupção. Os casos são bem mais antigos. É preciso que olhemos para antes de 2002 para ver como era esse País. Havia muita corrupção. Mas, somente nos governos do PT, houve a possibilidade de investigação e punição”, avaliou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PSD) disse que algumas injustiças se cometem no momento, porque há quadros que honram o País, no PT. “Não podemos ter uma guerra fratricida. Não é o PT que iniciou a corrupção. Na época de FHC, se fossem investigadas as privatizações, muita coisa seria encontrada. Porém, todos nós concordamos que o País não suporta mais essa situação. O que interessa para o povo é que haja um governo sério”, assinalou.
O deputado Elmano Freitas (PT) disse que o impeachment, do jeito que está em curso, é uma demonstração de que se quer fazer um golpe de estado. “O processo de cassação deve ser político e jurídico e é preciso que a presidente tenha praticado pessoalmente um crime. No pedido de impeachment não há nenhum fato que a incrimine. Como exemplo, posso dizer que tenho uma discordância enorme com o prefeito Roberto Cláudio e acho a administração péssima, mas não vou pedir um impeachment só por isso”, pontuou.
Para o deputado, o que está acontecendo são alguns políticos que perderam as eleições, aliados com empresas de comunicação, querendo tirar a presidente Dilma do poder. Ele avaliou também que as pessoas que foram ao ato do dia 18 foram ao centro de Fortaleza para defender a democracia. “Foram 60 mil pessoas e não eram só petistas”, acrescentou.
A deputada Rachel Marques (PT) disse que também há manifesto de evangélicos pedindo cautela aos fieis, afirmando que o desejo de justiça não pode transformar as pessoas em injustas. “É um perigoso precedente para qualquer governo e pedimos respeito ao voto, que é o suporte da legalidade. Se a vontade dos eleitores for invalidada, tem de ser de forma de processo isento”, comentou a deputada.
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