O principal ponto reivindicado pelos policiais civis, segundo Wagner, é a elevação salarial de escrivães e inspetores a pelo menos 60% do que percebe um delegado. “Não podemos dar a uma profissão de nível superior o salário pago a uma carreira de nível médio. Hoje há um fosso entre o salário de delegado e o dos inspetores e escrivães. Eles entram com a expectativa de carreira de nível superior. Mas, atualmente, é apenas trampolim de concurseiros”, disse.
Por conta da carreira pouco atraente financeiramente, os aprovados nos concursos passam curto espaço de tempo prestando serviço como policial, estudam e vão para outra carreira, diz Wagner. “Se quisermos inspetores e escrivães comprometidos com a carreira, eles têm de ser valorizados, em salário e condições de trabalho”, afirmou.
Wagner lembrou que há um compromisso assinado pelo governador do Estado para que a “distorção” seja corrigida. “Hoje, neste momento, a maior reivindicação é um retorno da contraproposta do Estado à proposta da categoria. O Governo tem de ter clareza e transparência para mostrar o que é possível ser atendido ou não. Quem está na Polícia Civil está porque gosta de fazer o que faz”, enfatizou.
De acordo com o deputado, a segurança pública de Pernambuco passou por uma acentuada melhora após a carreira na Polícial Civil ser mais valorizada, inclusive ampliando o efetivo. “Se o Governo adotar medidas semelhantes, teremos redução de índices da criminalidade, como ocorreu no estado vizinho”, pontuou. Wagner informou ainda que já pediu a realização de uma audiência pública na Assembleia, para que os policiais possam expor a todos os parlamentares as suas necessidades.
Em aparte, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) lembrou que a categoria está apenas cobrando um compromisso assumido em campanha. “Não é justo que o Ceará, um dos estados que mais investiram em segurança pública, deixe uma categoria abandonada. Construir prédios novos e comprar hilux não é fazer segurança pública”, avaliou.
O deputado Renato Roseno (Psol) disse que os policiais civis podem contar com todo o apoio do Psol na luta por contratação dos aprovados em concurso e reestruturação salarial. “Há a necessidade imperiosa de ampliação do contingente, que hoje tem apenas 54% do efetivo que havia há 20 anos”, acentuou.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) disse que o trabalho de jornalista policial o aproximou dos policiais civis. “Todos sabem que contam com o meu apoio incondicional. Precisamos abrir o canal de negociação. Só é preciso vontade política para atender as reivindicações”, disse.
JS/CG