Segundo a parlamentar, de janeiro a agosto de 2014 foram registrados só em Fortaleza 80 casos de estupro, o que dá em média um caso a cada três dias. “São 324 mulheres que este ano, até agosto, sofreram violência sexual no Ceará, segundo estatística da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social”, destacou.
Em seu pronunciamento, a deputada também destacou que, além dos casos de estupros, a violência contra a mulher também envolve grande número de homicídios. Somente até maio deste ano, foram 144 mulheres vítimas de homicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte. Fortaleza lidera o número de mortes, seguido de Maracanaú e Eusébio, ambos municípios da região metropolitana.
“Os dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social expõem uma situação de violência contra o sexo feminino, violência essa que muitas vezes é tolerada pela sociedade. Esses dados também revelam o reflexo da cultura machista e da falta de políticas públicas de proteção à mulher em nosso Estado”, acrescentou.
A parlamentar lembrou que, na presidência da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher da AL, foi elaborado um relatório sobre a situação das Delegacias de Defesa da Mulher e do Presídio Feminino, considerando os aspectos referentes à estrutura física, recursos tecnológicos, veículos, quadro de servidores, eficácia da Lei Maria da Penha e cumprimento dos princípios e normas dos direitos humanos fundamentais. O relatório foi encaminhado à Secretaria de Segurança do Ceará e ao Governador do Estado. Foram promovidos ainda audiências públicas, debates e encaminhados projetos voltados à mulher.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) criticou a segurança pública do Estado. Segundo o parlamentar, o governo Cid Gomes deixa como legado a pior segurança do todos os tempos. Com relação ao número de agressões às mulheres, ele afirmou que esse deve ser muito maior do que os citados pela deputada Fernanda. “Muitas mulheres não têm coragem de registrar boletim de ocorrência. Esse é o governo que garantiu ao cearense segurança e não deu”, afirmou.
A deputada Eliane Novais (PSB) concordou com as afirmações de Roberto Mesquita e disse que tudo está acontecendo por falta de políticas públicas para o setor. “O governador não privilegiou as mulheres e não merece ser o governador da continuidade”, ressaltou.
Já o deputado Heitor Ferrer (PDT) disse que a gestão Cid deixará para o próximo governador um grande problema na segurança. Ele citou as gastos no setor e afirmou que não houve resultados. “Aqui no Ceará o homicida mata de manhã e sabe que não será investigado. Daí mata também à tarde e à noite”, pontuou.
DF/AT