Ely questionou a decisão tomada durante a reunião, afirmando que os que concordaram estavam inspirados no “bicho-preguiça”, pois, mesmo saindo de um recesso há poucos dias, preferiram se reunir apenas uma vez por semana.

Para o deputado, o Legislativo cearense, ao tomar essa decisão, acaba por seguir na direção contrária de seu povo, que é reconhecido por seu gosto pelo trabalho. “Nossos agricultores, mesmo com esta seca, não param de trabalhar; nossos jangadeiros que passam semana mar à dentro; nossos professores que saem cedo para dar sua aula. A população confia em nós para conduzir seus interesses no Parlamento e precisam nos ter como exemplo”, avaliou.

O parlamentar se mostrou preocupado com a quantidade de dias que se perdem com essa decisão, pois, segundo ele, as folgas poderiam ser apenas nas sextas-feiras, que juntas com sábados, domingos e segundas seriam suficientes para os deputados visitarem suas bases e cuidarem de suas campanhas.

“Ponderei que, se queriam a folga, poderíamos suprimir uma sexta-feira, somando assim quatro dias para visitar as bases. Nós temos que garantir ao menos o quórum pra debater os problemas daqui, pois precisamos que esta Casa ganhe o respeito da população. Se o presidente acha que está tendo dificuldade de fazer a Casa funcionar, chame a atenção dos deputados”, propôs o parlamentar.

Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) lembrou que cada parlamentar recebe uma boa verba e conta com uma assessoria para ajudar na campanha, derrubando assim a tese de que eles estariam em desvantagem em relação aos outros candidatos que estão todos os dias nas ruas. A deputada Fernanda Pessoa (PR) se somou ao pronunciamento do deputado Ely Aguiar e afirmou que a sensação é de que queriam “calar” a oposição.

A deputada Eliane Novais (PSB), por sua vez, afirmou que foi cumprida uma decisão do Poder Executivo e que os deputados da oposição não foram ouvidos. “O Legislativo é um poder independente e nós, como deputados, devemos corresponder aos votos que recebemos e trabalhar para as minorias”, criticou.

LA/CG