Conforme explicou Hugo, a manobra no Senado aconteceu por iniciativa da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Por sua intervenção, foi rejeitado um requerimento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que pedia a retirada de tramitação de todas as emendas de sua iniciativa, permitindo, assim, que o projeto, em sua redação original, fosse apreciado e aprovado, obedecendo a acordo de lideranças firmado em dezembro passado.
Porém, com a rejeição do requerimento, as emendas serão agora apreciadas nas comissões técnicas, retardando a tramitação do projeto. “Os líderes, de cócoras, votaram contra os seus estados, aceitando a ampliação da discussão. O projeto só volta ao plenário no dia em que galinha criar dentes”, avaliou Hugo. “Lamentavelmente, o senador José Pimentel desmentiu tudo que tinha falado em dezembro, quando foi firmado o acordo de liderança. Eunício Oliveira também acompanhou no pensar do Governo Federal. É uma vergonha e um escárnio comportamental de senadores que votaram contra os seus estados”, avaliou o parlamentar.
Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC), seguindo as críticas de Fernando Hugo, disse que “se arrependimento matasse, estava com a mão na vela. Votei em Tasso Jereissati e em Pimentel. Pense em um voto jogado na lata do lixo. É um senador que cumpre tudo que vem do Palácio e nada faz em defesa do Ceará”.
O deputado João Jaime (DEM) disse que o Senado é composto por representantes dos estados. Porém, “na hora que os senadores se curvam para prejudicar os próprios estados, não sei mais o que falta acontecer na política nacional”, frisou. O deputado Ferreira Aragão (PDT) pontuou que o grande problema é a subserviência.
JS/CG