“Salvo haja alguma mudança nas previsões meteorológicas, estamos indo para o nosso terceiro ano de estiagem, o que é muito preocupante. Se a situação hoje do interior do Estado e do Nordeste já é bastante difícil, imagine o que podem enfrentar os municípios do nosso Estado”, pontuou.
Para a deputada, é preciso haver mudanças na forma como a seca vem sendo tratada pelo Estado. Na sua opinião, falta planejamento, fiscalização e uma concepção de como tratar a seca pelo poder público de forma geral.
“Há uma clara dificuldade de fiscalização do Estado na execução de suas ações. Muitos municípios recebem carros-pipa com água contaminada. O rompimento da adutora de Itapipoca é outro caso, resultado da falta de uma fiscalização e que merece sim uma investigação muito firme dos órgãos competentes”, afirmou.
Eliane ressaltou que o jornal O Povo trouxe, em sua matéria de capa, um relato de como, mesmo em uma situação de seca, é comum vermos desperdício de água. A reportagem alerta para a necessidade do uso racional desse elemento em nosso Estado. “Cuidar da água é uma medida básica e elementar para um Estado que tem 90% de seu território dentro da região do semiárido nordestino, com mais da metade da população vivendo nessa área geográfica”, acentuou. A reportagem do jornal O Povo mostra cenas de desperdício na capital cearense, que, de fato, tem uma condição mais favorável devido à reserva hídrica que abastece Fortaleza.
Eliane disse que uma campanha de contingência que orientasse a população a economizar água poderia ter um efeito significativo. “Infelizmente, estamos entrando no terceiro ano de seca, e o Governo do Estado gastou, somente em 2012, mais de 100 milhões com publicidade institucional e, em 2013, tem investido excessivamente em propaganda de rádio, TV e jornal”.
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) disse que são poucos os recursos para combater a seca, e não há dinheiro para pagar carros-pipas. “É inadmissível que falte dinheiro para esse serviço. O Tribunal de Contas do Estado constatou que a ONG Vida Melhor é fantasma, não tem nenhuma capacidade técnica para construir cisternas e já tem R$ 5 milhões em caixa. O TCE liberou os recursos por pressão do Executivo. Isso é indústria da seca. Foi uma decisão política sob pressão do Governo”, criticou.
A deputada também apresentou solidariedade à família do advogado Emídio Viana, assassinado no início do ano. Segundo ela, os suspeitos estão presos e irão desvendar como tudo isso aconteceu. “A Polícia Civil agiu com celeridade, e a população fica feliz quando se desvenda um crime. A OAB Ceará também teve papel importante para desvendar o caso”, ressaltou.
JS/CG