Eliane explicou que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, criado em 1988, reúne milhares de cientistas, e seu último documento reafirmou o que já vinha sendo dito por inúmeros pesquisadores: que o homem é “a causa dominante” do aquecimento global desde a década de 50. “O objetivo da COP 19 é discutir as bases que tecerão um novo acordo climático previsto para ser assinado na próxima grande conferência do clima, que será realizada em Paris, no ano de 2015”, frisou.
A deputada disse que o desafio é construir um novo acordo que seja mais eficiente do que o Protocolo de Kyoto, “acordo internacional que não foi assinado por alguns dos países mais poluidores do mundo, como Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Canadá”.
Eliane acentuou que os prováveis efeitos do aquecimento global anunciados pelo IPCC ganharam parâmetros mais preocupantes no Brasil com a divulgação do primeiro relatório oficial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). O relatório aponta para problemas iminentes que deverão ser enfrentados pelo Brasil, como o aumento da temperatura média em todas as regiões do País, a elevação do nível do mar e o colapso do regime de chuvas.
“Os estudos preveem um aumento da temperatura média no País entre 3 e 6 graus Celsius até o fim deste século, afetando decisivamente o regime de chuvas, provocando uma provável perda de produtividade na agricultura brasileira. Chama a atenção o fato de as pesquisas apontarem que as regiões Norte e Nordeste poderão ser fortemente afetadas por uma diminuição generalizada nas chuvas, o que provocaria a redução das vazões dos rios e do nível dos lençóis freáticos, diretamente responsáveis pelo abastecimento de água potável à população”, pontuou a parlamentar.
Eliane observou que os estudos indicam que, em 2010, 90% dos desastres naturais - que ceifaram a vida de 295 mil pessoas e deram prejuízo 130 bilhões de dólares ao mundo - foram causados por mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global. “Esses fatos chamam a atenção para a necessidade de o mundo avançar na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, capaz de implementar políticas públicas para reduzir as emissões de gases provocadores do efeito estufa”, disse.
A socialista destacou ainda que os estudos apontam que a região Nordeste poderá ser uma das áreas mais afetadas do País e reforça a necessidade urgente de se repensar o modelo de desenvolvimento da nossa região. Ela disse esperar que o Brasil e as nações do mundo assumam esse desafio com mais seriedade, a fim de se estabelecer uma concreta política climática global.
JS/CG
