Para Antonio Carlos, a operação foi violenta, desastrada e desnecessária, e teve o agravante de ser realizada às 4h da manhã. Conforme o parlamentar, a ação resultou em manifestantes feridos, além de uma grande tensão em toda a cidade. O deputado citou trechos da coluna do jornalista Érico Firmo, no jornal O Povo, que destacou uma “sucessão de erros e equívocos” e criticou a repressão com o emprego da tropa de choque da Polícia Militar.
Antonio Carlos lembrou outro projeto de construção de um viaduto na área, que foi apresentado em 2001. Segundo ele, era um pouco mais caro, mas preservava uma área maior, pois o desmatamento ocorreria em 700 metros quadrados. O projeto atual causa desmatamento em 2000 metros quadrados, conforme observou.
O deputado Júlio César Filho (PTN), em aparte, afirmou que a operação de desocupação na madrugada foi para não atrapalhar a vida dos transeuntes. O parlamentar questionou Antonio Carlos se era contra ou a favor da construção de um viaduto. O petista disse ser favorável, mas afirmou que devem ser reduzidos os danos ao meio ambiente.
Em aparte, o deputado Augustinho Moreira (PV) acusou a gestão da prefeita Luizianne Lins de também ter reprimido, com uso de força, uma manifestação de estudantes. Afirmou que, no episódio do Cocó, os guardas municipais teriam tirado pacificamente os manifestantes, mas alguns se insurgiram e a guarda reagiu. Segundo ele, “se fosse às 8h, tinha sido uma guerra. Os manifestantes que estão lá não querem acordo”. O deputado questionou por que não houve manifestação contra a construção do prédio mais alto de Fortaleza, na rua Guilherme Rocha. Segundo ele, a gestão do PT na prefeitura aprovou essa construção.
O deputado Antonio Carlos negou que o episódio do confronto com os estudantes tenha ocorrido. Quanto à construção do prédio, disse que deve estar de acordo com a legislação e que essa sempre foi uma preocupação da ex-prefeita.
JM/AT