De acordo com o parlamentar, o procurador Francisco Romério Landim, preocupado com o uso de aparelhos nos presídios, de onde partiriam ordens para execuções e sequestros, pediu a obrigatoriedade da instalação dos bloqueadores. A justiça atendeu ao pedido e determinou que o Governo adotasse os equipamentos em 90 dias.
Para o deputado, o Governo poderia ter evitado o problema se tivesse construído os novos presídios fora da área de cobertura das operadoras de celulares. De acordo com Ely Aguiar, o crime hoje está sendo controlado de dentro dos presídios.
“Quantos crimes já foram elaborados dentro dos presídios, construídos em Região Metropolitana?”, questionou o deputado. Segundo ele, havia alternativas de localização para as unidades prisionais, “mas, da forma como foram construídas, ficamos à mercê do crime organizado no interior dos presídios”.
Conforme acentuou o deputado, o Governo ainda não se manifestou sobre a questão. “Foi gasto R$ 1,4 bilhão na segurança pública, no ano passado, e os efeitos, aos olhos da população, não são satisfatórios”, assinalou.
O deputado lembrou ainda que o MP promoveu outra ação, no sentido de esvaziar as delegacias superlotadas. Apesar dos esforços para o cumprimento da determinação, Ely entende que, em pouco tempo, as delegacias estarão superlotadas de novo.
Segundo o deputado, também foi interditada a delegacia de capturas. “Lá já aconteceram dezenas de fugas. Deveria ter um prédio melhor para essa unidade, de forma a coibir as evasões de presos”, frisou. Para Ely, o Ceará perdeu um grande secretário de Justiça, Marcos Cals. “Ele já tinha elaborado grande projeto para bloqueio de celulares, porém não foi posto em prática pelo Governo”.
Em aparte, o deputado Ronaldo Martins (PRB) parabenizou o Ministério Público pela iniciativa de exigir os bloqueadores. Ele disse que os crimes continuam avançando, mesmo com mais de 3.500 aparelhos apreendidos dentro de presídios do Ceará. Martins diz que de dentro das instituições penais há o controle de tráfico de drogas.
O deputado Fernando Hugo (PSDB) considerou que é notória a ação dos prisioneiros nos crimes cometidos fora das grades. “Hoje, no Brasil, parece que os presídios são o comando central do crime.” O deputado Augustinho Moreira (PV) lembrou que a Assembleia promoveu audiência pública para discutir a convocação dos agentes prisionais concursados e ainda não convocados, demonstrando que está preocupada com o problema.
JS/AT