Para o deputado Sineval Roque (PSB), o enfrentamento à seca poderia reunir as duas opções mais votadas na enquete: oferecer ao agricultor uma atividade econômica no período da seca que crie uma estrutura de armazenamento de água. “O dinheiro do Seguro Safra é importante para assegurar a alimentação das pessoas, mas não fica. Não se vê resultado deste recurso. Temos de lembrar que de 10 em 10 anos vivemos um período forte de seca”, disse.
O deputado Roberto Mesquita (PV) reforça que a seca é um fenômeno climático com o qual precisamos aprender a conviver. “Mesmo em um ano normal, a média de chuva não é bem distribuída. Falta aos poderes públicos constituídos vontade para promover esta convivência no semiárido”, criticou, citando a necessidade de concluir a transposição do rio São Francisco e a interligação de bacias.
Segundo ele, com o uso de tecnologias adequadas é possível promover a autonomia hídrica. “Existe água nos reservatórios, mas estes ficam em locais distantes de quem realmente precisa. É preciso torná-los mais acessíveis, porque a cisterna, embora importante para quem não tem água, é apenas um paliativo”, disse.
Para o gerente em exercício do Ambiente de Gerenciamento do Pronaf e Programas de Crédito Fundiário do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Máximo Antônio Cavalcante Sales, é preciso mudar o perfil das propriedades rurais da região. “A seca é uma certeza, mas é possível criar uma infraestrutura hídrica e produtiva para reservar água e alimentação para o rebanho nos períodos de chuva irregular”, disse.
Ele destacou a liberação de crédito para o agricultor familiar, pelo Governo Federal, com prazo de 10 anos para pagamento e três de carência. O juro, comentou o gerente, é de 1% ao ano e o produtor que pagar em dia terá 40% de bônus na parcela. Ele esclarece que a contratação do crédito é feita nas agências do BNB e que na próxima semana uma nova linha para custeio será lançada pelo Governo Federal.
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