Sob a defesa da unidade de alas progressistas na construção de um "projeto popular" para o País, lideranças de partidos políticos de esquerda e centro-esquerda, como PT, PCdoB e PDT, representantes de movimentos sociais, do movimento estudantil e membros de entidades sindicais participaram, ontem à noite, da abertura da 5ª Assembleia Nacional da Consulta Popular, organização política que reúne movimentos populares do País, no Clube da Cofeco, localizado no bairro Sabiaguaba. As atividades seguem até sexta-feira (17), com público estimado em 800 participantes de vários estados.
O governador Camilo Santana (PT) e a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, estiveram presentes, além de outros parlamentares, dirigentes e filiados não só ao PT, mas também ao PCdoB e ao PDT. Em pronunciamentos rápidos, políticos e representantes de movimentos populares fizeram críticas a "retrocessos" que, segundo afirmaram, são patrocinados pelo Governo de Michel Temer (PMDB), mas, apontando para a necessidade de um "enfrentamento" até as eleições de 2018, conclamaram união das esquerdas em prol de um governo popular.
Ao Diário do Nordeste, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda petista, disse que a presença do partido na Assembleia reflete um movimento de aproximação do partido com movimentos sociais. "A Consulta Popular é extremamente importante para o movimento popular e para a luta dos trabalhadores, e faz uma coisa que, no meu entendimento, nós devíamos muito ter feito no Governo do presidente Lula, que é buscar a consciência popular, disputar mentes e corações, mostrar para o povo o que está em jogo". Hoje, às 9h, o PT lança, na Assembleia Legislativa, a plataforma digital "Ceará e Brasil que o povo quer", com a presença da senadora.
Membro da direção nacional da Consulta Popular, Thays Carvalho ressaltou que o objetivo do encontro é "refletir o atual momento político e pensar quais são as saídas para essa crise política, econômica e social que a gente vive". Segundo ela, estarão em pauta nos próximos dias o fortalecimento da Frente Brasil Popular, a construção de um "vínculo com o povo" e a descriminalização da esquerda e do ex-presidente Lula.
Embora o ato político tenha levantado a bandeira da união das esquerdas, o governador Camilo Santana ponderou que "não estamos discutindo eleição nem coligação partidária". "Aqui é um movimento de organizações sociais que acho que de forma muito responsável, muito oportuna, puxa um debate sobre o momento que o Brasil está vivendo e quais as expectativas de futuro", frisou o petista.