O deputado Carlos Felipe (PCdoB) defendeu a retirada da água do manancial Lagamar do Cauípe, na área do Eixão das Águas, em Caucaia, para abastecer, entre outros locais, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
Ele explicou que a medida vem sendo questionada, pois no entendimento de ambientalistas irá dificultar o acesso à água de 26 comunidades da região. Para o parlamentar, mesmo sendo prioridade o recurso para o ser humano, a energia também é necessária. Carlos Felipe considera “impossível” prescindir da energia oriunda das termelétricas.
“O Estado não pode abrir mão daquela energia (termelétrica) porque ela representa 20% a 30% da gerada no Estado. Sem ela, teríamos um blackout, o que afetaria coisas essenciais à vida”, opinou ele. Antes, segundo o parlamentar, a água para alimentar essas usinas vinha do Castanhão, que está, segundo ele, secando. “Então, tem que ter uma alternativa”, afirmou. O deputado comentou também a questão da energia renovável. “Somos
O Estado não pode abrir mão daquela energia (termelétrica) porque ela representa
20% a 30%
do consumo gerado no Ceará
referência hoje eólica e solar”, disse. Carlos Felipe explicou que, a partir de outubro, normalmente há uma queda na produção de ventos, o que leva o Estado a fazer maior utilização das térmicas. “Tem que aumentar a térmica, já que a hidrelétrica tem limitação pela questão da seca”, pontuou.
O deputado Odilon Aguiar (PMB), por sua vez, lembrou que foi aprovado o Plano de Eficiência de Energia Renovável e o Governo nunca adotou nas políticas públicas. “As energias solares são ainda muito tímidas”, avaliou.
Prejudicial
A deputada Bethrose (PMB) criticou a obra do Governo do Estado que retira água do manancial, apresentando pontos contra a utilização da água para investimentos como a termelétrica. “Esse negócio de dizer que somente 20% para abastecer a área industrial vai ser, com certeza, muito prejudicial àquela população. A população deve ser ouvida”, sugeriu ela.
A deputada solicitou, ainda, que o governador Camilo Santana dialogue com as comunidades e ouça as reivindicações da população. Bethrose destacou que, amanhã (10), a Câmara Municipal de Caucaia vai realizar uma audiência pública para debater o assunto.