Os professores das redes estaduais e municipais de ensino iniciaram na manhã de ontem, em todo o País, protesto que deve durar três dias visando melhorias nas condições salariais e de ensino. A manifestação da categoria foi lembrada pelo deputado estadual Renato Roseno (Psol), que, em seu discurso na Assembleia Legislativa lamentou que apenas 8% dos adultos brasileiros teriam condição de ler e interpretar textos. "É triste saber que menos de 10% da população adulta do país que tem a sétima economia do mundo. Pior ainda é ter que acreditar que dos oito milhões de cearenses, pelo menos um milhão é de analfabetos".   Enquanto o deputado falava, alguns professores faziam discursos de protesto em frente à sede do Poder Legislativo, exato no momento em que o governador Camilo Santana chegava ao local, para entregar mensagens sobre questões relacionadas ao meio ambiente. O governador teve que entrar pela garagem dos deputados.   Segundo Renato Roseno, a paralisação dos professores, por três dias tem a sua importância na medida em que lutam por melhorias salariais. "Acontece que, como exemplo o Ceará, não lhes foi concedida sequer a reposição da inflação". A categoria cearense, de acordo com Roseno, tem um motivo a mais para protestar. "No final do ano de 2015, os professores foram surpreendidos por uma portaria do governo cargos como de coordenadores de classes, gerando concorrência interna nas escolas, por conta da exclusão de quase três mil vagas temporárias".   Recebidos   Outra reclamação do deputado do PSOL se referiu à portaria estadual número 299, disciplinando o afastamento de professores da rede pública para se capacitarem, seja em mestrado ou doutorado. O governo estabeleceu que os professores contemplados devem prestar serviço pelo dobro do tempo em que ficou afastado do serviço para capacitação.   Um grupo de professores foi recebido pelos deputados Renato Roseno, Leonardo Pinheiro (PSD), Tin Gomes (PHS), e o líder do governo, Evandro Leitão (PDT), que anunciou que o governador do Estado, Camilo Santana, deve se pronunciar em abril sobre o reajuste salarial, uma das reivindicações. A categoria pede ainda a não demissão dos temporários, melhor infraestrutura nas escolas e aumento da porcentagem de educadores para a licença de pós-graduação além do reajuste salarial.