O governador eleito Camilo Santana declarou ao TSE gastos na campanha eleitoral deste ano da ordem de R$ 51 milhões
FOTO: BRUNO GOMES
A prestação de contas declarada pelo governador eleito Camilo Santana (PT) junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que as despesas referentes aos três meses de campanha eleitoral do petista exigiram mais recursos que o montante arrecadado em forma de doação durante o mesmo período.
O governador eleito Camilo Santana declarou ao Tribunal Superior Eleitoral, segundo o relatório divulgado ontem no próprio site do órgão, ter gasto na campanha eleitoral deste ano um total de R$ 51.060.437,44.
O valor total das despesas declaradas pelo petista, no entanto, terminaram acima do montante recebido como doação pelo próximo governador durante a campanha eleitoral deste ano, já que a receita informada ao TSE ficou apenas em R$ 39.921.772,68. Ontem foi o último dia para os candidatos que disputaram o segundo turno apresentarem a prestação das contas eleitorais.
No relatório com os gastos de campanha, as despesas foram especificadas com o custeio dos serviços prestados por terceiros, publicidade por materiais impressos, carros de som, placas, estandartes e faixas. Também exigiram a destinação de recursos as despesas com o transporte e deslocamento, com a instalação física de comitês de campanha, com produção de programas de rádio e televisão e com a realização de comícios.
Notas fiscais
As notas fiscais emitidas durante a campanha com os valores mais altos foram motivadas pelos custos com a produção de jingles ou vinhetas e com o custeio das atividades de militância ou mobilização de rua. Somente em um documento registrado, esses tipos de despesa chegaram a ser de cerca de R$ 2 milhões.
Já no relatório de receitas declarado por Camilo Santana, foi constatado que apenas três das doações feitas ao petista vieram de pessoas físicas, Pedro Bartelle, Giovanna Bartelle e Mara Cristina Nunes de Camargo. Todos são acionistas da Grendene, empresa brasileira de fabricação de calçados, e a soma das doações do trio chegou a R$ 1 milhão.
Camilo Santana também recebeu repasses advindos de doações feitas por empresas, como a JBS, e encaminhados pelo comitê de campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff e pelos diretórios tanto nacional e estadual do PT.
As demais verbas foram doadas por outras grandes empresas, sendo as construtoras as principais fontes de recursos para arcar com as despesas da campanha de Camilo Santana. Batista Cavalcante, Beija-Flor, Cetro , Getel, Marquise, Marte, Morais Vasconcelos, Fujita Engenharia e JMD Construções estão entre as construtoras que constam no relatório de receitas do petista divulgado pelo TSE. A maior doação feito a Camilo em apenas uma transferência eletrônica foi da JBS, que chegou a repassar em apenas uma movimentação um total de R$ 3 milhões. Totalizando R$ 7 milhões.
Eunício
O TSE também divulgou a prestação das contas eleitorais do senador Eunício Oliveira (PMDB). No início do mês, apenas o comitê de campanha do peemedebista havia apresentado ao órgão o relatório de receitas e despesas.
No documento divulgado ontem, o peemedebista declarou ter gasto com as atividades de campanha o montante de R$ 49.275.310,04. Já no relatório com as receitas, Eunício Oliveira informou ter recebido como doação um valor pouco maior que as despesas registradas, um total R$ 49.277.410,12, e teve como um dos doadores o comitê de campanha do senador eleito Tasso Jereissati (PSDB)