Ao mirar na segurança pública - setor mais criticado da gestão Cid Gomes -, Eunício sinaliza que este deverá ser o tom de seu discurso na campanha
FOTO: FÁBIO LIMA
Bruno Pontes
ENVIADO A CRATEÚEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Raul Galhardi
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
A campanha eleitoral para o Governo do Estado entra em um novo momento após as declarações feitas neste final de semana pelo senador e pré-candidato Eunício Oliveira (PMDB). Em encontro regional do PMDB em Crateús (353 km de Fortaleza), o peemedebista criticou a gestão do governador Cid Gomes (Pros).
“Temos a sétima capital mais violenta do mundo. Será que isso não tem jeito? Tem”, disse Eunício, que citou a política de tolerância zero aplicada em Nova York (EUA) como exemplo de remédio conveniente para a criminalidade crescente no Ceará. “Por que não é possível aqui? É possível sim”. No mundo dos negócios, Eunício atua no setor de segurança privada.
Além da segurança, a concentração da economia no Estado também foi criticada. “Dá pra aceitar que no Ceará, dos 184 municípios, apenas cinco concentrem 70% da renda?”. Disse ainda: “o governador Cid tem uma formação diferente da minha. Ele é engenheiro. Eu sou das ciências humanas. Ele acha que fazer um prédio de 20 andares é algo resolvido. Eu penso diferente”.
O senador também afirmou que “se eu chegar lá, vou fazer um governo de diálogo”, porque “o poder isola muito”. O discurso se dá oito dias após a entrega dos cargos anteriormente ocupados pelo PMDB no Governo do Estado.
Contra a máquina
Eunício declarou que “não tem medo” de enfrentar o poder que o governo estadual exerce sobre prefeitos e vereadores. “Dizem: tem uma máquina, tem duas, dez, cem. Mas, não tem o povo, não vai pra lugar nenhum”. Ele lembrou que, em 2006, Lúcio Alcântara era um governador bem avaliado e apoiado pela maioria dos prefeitos, mas perdeu para Cid.
Ao chegar ao Clube de Caça e Pesca de Crateús, Eunício ressaltou que “não rompeu” com Cid, mas, na falta de apoio dele à sua candidatura, vai seguir adiante. “O PMDB foi pedir reciprocidade e não recebeu e agora espera ter a reciprocidade do povo do Ceará”.
O senador reiterou crer que nem o ex-presidente Lula nem a presidente Dilma Rousseff farão campanha para o candidato que Cid lançar. “Ela me disse que tem muita dificuldade de vir pra cá contra alguém que sempre apoiou os projetos dela. Eu não acredito que meu amigo presidente Lula e a presidente Dilma venham ao Ceará fazer qualquer tipo de comportamento contrário ao PMDB”.
Governo rebate
Procurado pelo O POVO para comentar as críticas, o deputado estadual Sérgio Aguiar (Pros) disse que “não faz sentido o senador dizer que a violência é culpa do poder público. Ela é resultado do consumo e do tráfico de drogas”. Sobre a concentração da renda, Aguiar afirmou que “aumentou a proporcionalidade dos investimentos para o interior do estado, que antes eram feitos apenas na região metropolitana de Fortaleza”.
SERVIÇO
PMDB - Diretório Estadual do Ceará
Onde: Rua Júlio Ibiapina, 318 -Meireles - Fortaleza - CETelefone: PABX: (85) 3242.7466
Saiba mais
Além de prefeitos e deputados estaduais e federais peemedebistas, o evento em prol da candidatura de Eunício ao governo teve a presença de vereadores de Fortaleza filiados a outros partidos.
Estiveram em Crateús os vereadores da capital Vaidon Oliveira (PSDC), Gelson Ferraz (PRB), Ziêr Férrer (PMN) e Alípio Rodrigues (PTN), além do presidente da Câmara dos Vereadores, Walter Cavalcante (PMDB).
Eunício também conta entre seus apoiadores com o advogado Fernando Férrer, conselheiro da Seccional Cearense da OAB, e com João Oliveira, de quem muitos cearenses ainda devem recordar como o candidato de eleições passadas que simulava uma tesoura com a mão e prometia “cortar o mal pela raiz”.