Os deputados Mauro Filho (PSB) e Camilo Santana (PT), que até pouco tempo atrás eram titulares de pastas estaduais, ocuparam a tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, para defender o governo. Mauro Filho disse ser possível concordar com os números e críticas apresentadas pela oposição, sobretudo, pelo deputado Heitor Férrer (PDT), que censurou a gestão Cid Gomes (PSB) na sua execução orçamentária.
Heitor Férrer enfatizou que o desempenho orçamentário do Estado previsto para este ano, até o bimestre de junho, “arrasta-se de maneira pífia”. Merecendo, inclusive, críticas do próprio governador Cid Gomes ao secretariado. Para ele, o governo perdeu o foco, citando que na área da Segurança Pública foi investido somente 41% do previsto.
Na área da tecnologia da informação foram 0,35%. Além disso, dos R$ 2 bilhões, apenas 844 milhões foram aplicados. Em relação à atenção básica de saúde, foram 30%, na habitação, 12% de investimento. “O Governo do Ceará não ter isso como prioridade é maltratar a sociedade cearense”, disse o parlamentar, destacando que os dados podem ser encontrados no Portal da Transparência.
Secretário da Fazenda desde a primeira gestão Cid Gomes, deputado Mauro Filho aponta como “erro primário” o levantamento realizado pelo pedetista. Segundo destacou, ao analisar a execução orçamentária, devem-se compreender os diversos recursos inseridos no organograma, além de separar alguns pontos. Disse, ainda, que as ações são bem mais executadas no segundo semestre. “Está pegando números frios e não compreende a execução do governo. Vamos analisar para não ficar na retórica”, disse o socialista, reacendendo a polêmica envolvendo a compra dos helicópteros.
Mauro Filho disse que, desde 1999, o Governo do Estado compra equipamento da empresa alemã e que, portanto, não é novidade. Conforme ressaltou, o Estado continuará comprando equipamentos sofisticados para atender a população, principalmente, a mais carente. “A venda de produtos específicos está albergada pela lei da licitação brasileira. Não tem problema comprar direto”, garante.
HABITAÇÃO
Já o ex-secretário das Cidades, deputado Camilo Santana (PT), rebateu as críticas direcionadas a habitação, onde foi repreendido pelo deputado Heitor Férrer por ter usado o termo “desonesto”. De acordo com ele, a administração Cid Gomes possui o maior programa habitacional dos últimos governos, fruto, conforme ressaltou, de uma estratégia da gestão do governador com instituições financeiras e prestadoras de serviços públicos, como Cagece e Coelce, que reuniram-se para alavancar o Programa Minha Casa, Minha Vida, no Ceará.
“Quando você fala em habitação, é bom dizer que o Governo tem o maior programa habitacional da história. Hoje, uma casa custa em média R$ 63 mil e esse valor só foi possível porque mostramos uma estratégia juntamente com instituições financeiras e criamos um comitê para saber qual era o gargalo que impedia o programa de andar”, afirma Santana, acrescentando que o Estado entrou com uma média de contrapartida de 5% a 6%. “É bom deixar claro que os recursos do Minha Casa, Minha Vida não entram diretamente no caixa do Estado. Eles são gerenciados pelas instituições financeiras responsáveis”, explicou.
Para o petista, a burocracia atrapalha, mas, embora o déficit habitacional seja elevado no Estado, mais de 21 mil unidades habitacionais foram entregues. Existe, inclusive, em andamento um conjunto habitacional no bairro conjunto José Walter.
Outros aliados, como o primeiro vice-presidente da Assembleia, deputado Tin Gomes (PHS), usou a tribuna para defender as políticas públicas adotadas pelo Governo do Estado.
Laura Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.