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Redenção comemora abolição dos escravos - QR Code Friendly
Terça, 26 Março 2013 07:03

Redenção comemora abolição dos escravos

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  Há exatos 129 anos, os escravos eram libertados no Ceará. Embora a data oficial seja 25 de arço de 1884, alguns historiadores consideram que o evento ocorreu em 1 de janeiro de 1883, em frente à igreja Matriz, quando foram entregues cartas de alforria aos 116 escravos ali existentes, na presença de José do Patrocínio e de outros abolicionistas. Por conta disso, a então província do Império, localizada, no Maciço de Baturité, passou a ser conhecida como Rosal da Liberdade. “Por que o Ceará é Terra da Luz e Berço da Liberdade?” Esta frase de José do Patrocínio, durante uma conferência em favor da abolição, nos remete ao pioneirismo do Estado neste momento histórico que foi a libertação dos escravos. Nosso Estado é muito mais do que a terra do sol, sendo protagonista e designado assim de berço da liberdade, daí a sábia denominação do abolicionista.Essa atitude dos nossos antepassados, há 130 anos, tem repercussão hoje, pois, devido ao fato histórico, Redenção é sede Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Cinquenta por cento de seus estudantes são de países de língua portuguesa, principalmente, da África, berço dos escravos do Brasil que, agora, vêm para estudar e não mais para ter a mão de obra explorada.Outro momento importante, no processo de abolição no Ceará, foi a participação dos jangadeiros, que também aderiram ao movimento e, em janeiro de 1881, fecharam o Porto de Fortaleza ao embarque de escravos. Eles eram liderados por Francisco José do Nascimento, conhecido como Dragão do Mar ou Chico da Matilde. O revolucionário mulato de Canoa Quebrada foi nomeado prático da Capitania dos Portos, convivendo com o drama do tráfico negreiro. A história registrou seu brado literário. SimbologiaNão é à toa, também, que o Palácio do Governo é denominado de Palácio da Abolição, o que mais uma vez nos remete à simbologia deste fato histórico. A abolição foi importante para a consolidação da diversidade do povo e da cultura brasileira. Representa não só um marco político, mas também social e cultural.A capoeira, a umbanda, o candomblé e o maracatu são algumas das heranças da cultura africana que já fazem parte do nosso povo. Temos que nos orgulhar por sermos os pioneiros a libertar os escravos. Também é uma data de reflexão, pois, apesar dos avanços pela igualdade racial, ainda temos muitos obstáculos e preconceitos que devem ser superados por nossa sociedade. Para lembrar todos, que lutaram pela abolição, nada mais justo tornar o dia 25 de Março a Data Magna do Estado. IniciativaO Ceará comemora este ano, pela primeira vez, o dia 25 de Março, como Data Magna. A iniciativa partiu do deputado Lula Morais (PCdoB), que apresentou uma emenda constitucional, aprovada e sancionada pela Assembleia Legislativa. A celebração deve-se ao fato de, em 25 de Março de 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea, a escravidão ter sido abolida em toda a província do Ceará. “Nosso Estado foi palco de relevantes movimentos abolicionistas, que denunciavam, pela imprensa, os abusos cometidos pelos senhores de escravos e combatiam o comércio negreiro entre estados. Como representante do povo cearense, não hesitei em apresentar essa emenda”, ressalta o parlamentar. Ainda de acordo com ele, a data é uma oportunidade para lembrar todos aqueles que lutaram pela liberdade e a democracia. Lula salientou que tem orgulho de ser cearense e de comemorar os 129 anos da libertação dos escravos, enquanto em todo o Brasil são lembrados os 125 anos. “O Ceará é muito mais do que a Terra da Luz, sendo denominado de ‘Berço da Liberdade’ pelo abolicionista José do Patrocínio. No dia 1º de janeiro de 1883, a Vila do Acarape, atual Redenção, emancipou seus escravos quase um ano antes da província do Ceará. Assim, o município é conhecido como Rosal da Liberdade”, destaca. Marco históricoO ato histórico da abolição dos escravos no Ceará é lembrado por meio do Monumento da Negra Nua, localizado na entrada da cidade e construído na metade do século passado. Museus, casas da época do Brasil Colônia, pelourinhos, engenhos de cana-de-açúcar, senzala e a Serra do Cruzeiro do Monte das Graças, com sua escadaria de 700 degraus, são outros símbolos do ato de bravura que podem ser vistos em Redenção. (Com informações do professor de História João Artur)
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