O interior em pânico
Quem acompanha a crônica policial, na imprensa do Ceará, começa a sentir, a cada dia que a violência que antes ensanguentava as páginas dos jornais e intimidava nos programas de Rádio e de TV, como sendo predominante na Capital e Região Metropolitana de Fortaleza, mudou de endereço. Não sabemos se antes, faltava mais divulgação dos crimes praticados, no interior do Estado, mas nos últimos anos, eles dividem em pé de igualdade os espaços com Fortaleza e RMF. Há, para isso, várias explicações. Segundo o cel. Werisleyke, comandante-geral da Polícia Militar do Ceará, marginais de todos tipos, vendo-se diante de um policiamento mais sofisticado nas cidades maiores, terminam migrando para o interior. Ali, encontram em cidades com déficit eterno de efetivos policiais. Desse modo, ficam essas populações entregues à sanha da bandidagem. Segundo o deputado Delegado Cavalcante, 80% das cidades do Ceará contam com destacamentos policiais que são “uma festa” para ladrões e assassinos. O titular da Sefaz, Mauro Filho, destacava no nosso programa, na Rádio Assunção, os altos investimentos do Governo do Estado com mais efetivos, equipamentos, armas e veículos para a Polícia Militar. Disso, temos consciência, mas, como sustenta o deputado Moésio Loiola, profundo conhecedor da situação de todos os municípios, urge uma redistribuição de policiais, pois não existe nenhuma segurança numa cidade com mais de 20 mil habitantes, cuja segurança é confiada a dois ou três policiais. Nessas condições, o pânico se apossa de cidades, antes tidas como verdadeiros paraísos, onde reinava paz e tranquilidade.