Parlamentares foram à Tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará para cobrar políticas públicas a fim de minimizar os efeitos da seca no Estado.
Segundo a deputada Mirian Sobreira (PSB) é preocupante a situação que o povo nordestino vem sofrendo em virtude da seca. Mais preocupante diz ela, “são as ações emergenciais que esbarram na burocracia e na falta de planejamento causando maior o sofrimento ao povo nordestino”.
A parlamentar ressaltou que, em setembro último, foi à tribuna delatar a dificuldade que os pecuaristas estavam em encontrar e comprar o milho, nos postos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab–CE), resultado da falta de transporte.
Porém, após o governo do Estado ter resolvido o problema, segundo Sobreira, “a lentidão para realização dos leilões para a distribuição dos grãos”, pode levar algumas regiões a ficarem desabastecidas, pela falta de tempo hábil.
Mirian ainda delatou outro problema, a falta d’água em vários municípios do Estado. “Quem tem passado na rodoviária Padre Cícero, que liga Quixadá a Juazeiro, pode ver que as motos foram transformadas em carros-pipas com cinco a seis tambores com água para consumo” afirmou avaliando que tal procedimento pode acarretar em acidentes de trânsito, além de demostrar a “ineficiência dos serviços”.
PALIATIVOEm aparte, o líder interino do Governo, o deputado Sérgio Aguiar (PSB), associou-se ao pronunciamento da deputada Mirian Sobreira, e ressaltou que “205 mil cearenses estão sendo atendidos pela bolsa estiagem, que são aqueles que não contribuíram e não pagaram suas parcelas. Contudo, o governo federal vai repassar mais duas parcelas de R$ 80,00. É uma medida paliativa, mas é uma ação que deve ser valorizada porque chega na hora certa para o homem do campo”. O deputado Moésio Loiola, pediu para que ampliasse o debate em torno do Cariri Oeste. Segundo ele, “a população está comprando a lata d’água a R$ 70”.
PREJUÍZOSOutra parlamentar que ocupou a tribuna para debater sobres os desdobramentos da seca, foi a deputada Eliane Novais (PSB). Segundo ela, “escolas estão fechadas, gado morto na sequidão, carros-pipa que não chegam às comunidades mais distantes... São realidades antigas que ainda persistem no Ceará e em todo o Nordeste”, afirmou.
A realidade que já tocou cerca de 1,9 milhão de pessoas, reafirma a parlamentar, também, prejudicou produtores rurais cearenses, no qual perderam cerca de 70% da safra anual e gerou um prejuízo algo em torno de R$ 1 bilhão de reais.
“Trata se de uma situação que demonstra que o País ainda precisa avançar em políticas de convivência com o semi-árido, especialmente estimulando a cultura e os projetos da agroecologia familiar, a pesquisa e assistência técnica ao trabalhador no campo, a comercialização e a correta distribuição dos produtos e alimentos”.
MAIS FÔLEGO“Precisamos aprofundar esse debate e pensar mais ações para acabar com a seca. Por mais que as discussões nos comovam, não sabemos a realidade das pessoas que vivem sem água.
Como representantes do povo, precisamos olhar para esses cidadãos”, afirmou o deputado petista Antônio Carlos, ressaltando que “a estiagem não é ação apenas do clima e sim do descaso que existe com os homens e mulheres do campo. Sabemos que muitas ações foram feitas, mas é preciso discutir esse tema com mais fôlego”. (Rochana Lyvian, da Redação).