Você está aqui: Início Últimas Notícias Importância da escuta é ressaltada em roda de conversa sobre a cultura de paz
O professor Adalberto Barreto explicou que a Terapia Comunitária é um espaço de escuta sem críticas, sem conselhos, julgamentos, análises ou interpretações. É um espaço do uso da palavra aberta para o relato das inquietações do cotidiano. "Quando eu escuto, ressoa em mim a história do outro, que me ajuda a construir vida, compartilhar vivências, buscar uma cultura de paz", afirmou.
Segundo ele, o fato de a pessoa falar e ser ouvida alivia a dor do corpo e conforta a dor da alma. Nesse momento de pandemia, citou Adalberto Barreto, mesmo separados um do outro por conta do distanciamento social, ainda é possível se conectar com o outro, criando vínculos para uma cultura de paz.
O professor informou que para a roda de conversa funcionar de forma adequada é preciso seguir algumas regras, e uma delas é o silêncio para cada participante poder falar e também escutar. E dentro da roda pode cantar, ler poesias, contar piadas, porque é um momento de escuta do outro.
Ao responder a indagação “Por que é importante falar ?”, o professor disse que quando a boca cala, o corpo fala por meio de doenças. "As dores do corpo são o grito da nossa alma", afirmou.
O professor também pediu para os participantes da roda de conversa falarem um pouco sobre os motivos que tiram a paz e o que traz de volta a paz interior. Muitos citaram o medo, a ansiedade, a doença, a morte, a injustiça social, o fato de ver os filhos trancados o dia todo dentro do quarto de casa jogando videogames, a mentira etc. E para ter a paz de volta, alguns citaram reconhecer que o medo é uma criação da mente muitas vezes ridícula, porque na realidade não é aquilo tudo que se imaginava.
No final do encontro, os participantes falaram sobre o que aprenderam. Dentre as falas de aprendizado, a consciência de que o medo é maior do que o problema realmente é. "O melhor remédio para o medo é o colo. Colo de mãe, de pai, de avô. Para nós é o colo da comunidade", ressaltou Adalberto Barreto.
Eveline Freire, integrante do Núcleo de Mediação e Gestão de Conflitos da Assembleia Legislativa do Ceará, foi a mediadora da roda. Ela agradeceu pela participação do professor Adalberto Barreto e disse que espera que o núcleo continue sendo um instrumento de cultura de paz na cidade de Fortaleza e no estado do Ceará.
A coordenadora do Núcleo de Mediação e Gestão de Conflito (Numgec), Raísa Pontes, disse que ficou bastante impactada e também emocionada durante essa primeira roda de conversa e que a ideia é trazer conhecimento para a formação dessa cultura de paz. E citou fala do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), segundo a qual "a paz começa dentro de cada um de nós e nós precisamos construir essa paz para sermos instrumentos para outras pessoas".
A roda de conversa promovida pelo Núcleo de Mediação e Gestão de Conflitos contou com 87 participantes do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Portugal, Equador e Bélgica.
WR/CG