Na entrevista para a jornalista Kézia Diniz, ele detalhou o impacto da pandemia de Covid-19 na área de transplantes. “A Associação Brasileira de Transplantados constatou que houve uma queda de 26% nos transplantes em 2020. A fila, no fim de 2019, estava em 35 mil pessoas esperando por um órgão. Ao fim de 2020, o número foi para mais de 45 mil”, adiantou.

De acordo com o presidente da associação, várias pessoas acabaram falecendo na fila, já que a queda no número de transplantes foi muito impactante. “Todo o programa ficou numa situação muito ruim”, disse. Édson Arakaki observou ainda que o transporte dos órgãos doados por via aérea chegou a sofrer colapso, devido à pandemia.

Outro impacto ocorrido foi no pós-operatório de pacientes transplantados, com necessidade de internação na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O médico explicou ainda que a pandemia foi o fator que ocasionou a diminuição do número de doadores de órgãos e de tecidos. “Tem um indicador que é o número de doações por milhão de pessoas. Esse indicador, ao final de 2019, era de 18 doações por milhão. Um número muito bom, quase 10 mil transplantes de órgãos sólidos. Na pandemia, esse número caiu para 15, um número de 2016. A gente regrediu três anos com a pandemia”, lamentou.

Segundo Édson Arakaki, esse número vem subindo, mas os dados mostram que, apesar de aumentar para 16, ele não chegou ainda aos níveis de 2019. "Porém tudo está começando a rodar de novo, e vamos tentando recuperar os dados. O sistema de transplantes é robusto e as equipes são muito boas”, afirmou.

Durante o programa, o médico do Departamento de Saúde e Assistência Social da Assembleia (DSAS), Carlos Augusto Ferreira de Castro, reiterou que o sistema de transplantes do Brasil é considerado um sucesso, apesar das filas, e salientou a necessidade de promover campanhas de conscientização para diminuir cada vez mais as filas de transplantes.

Édson Arakaki explicou que, para o Brasil diminuir o número de pessoas que aguardam na fila por um transplante, são necessárias campanhas informativas permanentes, capacitações de profissionais na área de transplantes e comunicações eficazes entre as unidades de transplantes e as UTIs. “Eu recebi um rim da minha irmã há 20 anos e sou grato a ela por esse gesto. Entendo exatamente como é importante a necessidade da doação e de ajudar pessoas que estão nessas filas”, assinalou.

A Associação Brasileira de Transplantados nasceu com o propósito de promover atividades físicas entre os transplantados. Porém, segundo assinalou, os responsáveis pela entidade perceberam questões ainda mais graves a serem solucionadas, como o acesso a medicamentos necessários ao pós-transplante.    

Conexão Assembleia é um programa multiplataforma da rádio FM Assembleia (96,7MHz), transmitido nas redes sociais da Assembleia Legislativa do Ceará, no YouTube e no Facebook, às segundas-feiras, a partir das 8h. A produção é veiculada também na TV Assembleia, às segundas-feiras, às 20h30. O programa também fica disponível no podcast da emissora. Basta procurar o canal nas principais plataformas de áudio, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.
GM/AT/com Assessoria