Você está aqui: Início Últimas Notícias Grandes Debates enfatiza atenção à saúde mental para prevenção ao suicídio
Apresentado pelo jornalista Ruy Lima, o programa Grandes Debates é coordenado pelo Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa do Ceará. Nesta edição, os convidados foram a deputada Érika Amorim (PSD), o promotor de Justiça Hugo Porto, coordenador do programa Vidas Preservadas do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), e a professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) Alessandra Xavier, da Comissão Permanente Intersetorial de Políticas Públicas de Prevenção ao Suicídio do Ceará.
FALAR E ACOLHER
“A prevenção é uma responsabilidade de toda a sociedade, é um dever do cidadão”, destacou o promotor de Justiça Hugo Porto, apontando para a importância de que a sociedade conheça e aborde o assunto, para, assim, poder delimitar e enfrentar, com a estruturação de políticas públicas, entre outras ações.
A professora Alessandra Xavier explicou que, quando uma pessoa não consegue elaborar suas dores, não pode falar sobre suas emoções, pedir ajuda e se conectar com os outros, acaba por ficar refém das emoções, podendo gerar um estado de adoecimento cada vez maior.
A deputada Érika Amorim reiterou a necessidade da acolhida e abordagem da saúde mental na sociedade e destacou que ações efetivas e integradas são essenciais para enfrentar esse grande desafio que vem mobilizando as diversas esferas a partir de iniciativas como o Vidas Preservadas, do MPCE.
ATENÇÃO E AÇÃO
A professora doutora Alessandra Xavier comentou que o suicídio é uma questão extremamente complexa com muitas variáveis relacionadas, mas alguns fatores de risco requerem mais atenção para emitir alertas e embasar estratégias de prevenção.
Entre esses fatores estão, por exemplo, a faixa etária de 15 a 29 anos e acima de 75 anos, pessoas que tentaram suicídio anteriormente e pessoas com transtornos psiquiátricos sem acompanhamento. A pesquisadora também indicou a necessidade de olhar para as populações mais vulneráveis, que sofrem violências e preconceitos, como a população negra, LGBTQIA+, indígenas, as mulheres.
“O sofrimento oferece sinais, mas precisamos de uma rede qualificada para ser capaz de perceber as sutilezas do sofrimento humano e os pedidos de ajuda”, avaliou.
O promotor Hugo Porto reiterou a atenção aos sinais e às populações vulneráveis, afirmando que é “interessante que a gente compreenda os elementos que são indicadores e evidências para a construção dos pilares de políticas públicas”, que precisam ser integradas e com foco na prevenção.
A deputada Érika Amorim, ao abordar a questão da saúde mental e suicídio na infância e juventude, citou projetos aprovados na AL, como o que obriga a realização de avaliação psicológica nos alunos da rede pública. A parlamentar também citou como iniciativas para criar núcleos de prevenção nos ambientes escolares para perceber os sinais, os contextos e intervenções possíveis e trabalhar com equipes multidisciplinares para atuar com toda a comunidade escolar.
Os convidados destacaram ainda a importância dos vínculos familiares e sociais para o cuidado com a saúde mental, a necessidade de investimento na estrutura pública de saúde e a relevância de que a sociedade desperte para a potência do cuidado, do pedido de ajuda.
Cada edição do programa “Grades Debates – Parlamento Protagonista” aborda um tema atual e relevante para a discussão e conhecimento público, convidando especialistas atuantes em diversas áreas e também pode ser acessado pelo YouTube da TV Assembleia.
SA/CG