Você está aqui: Início Últimas Notícias Deputado lamenta homicídio da população LGBT e propõe debate na AL
O Relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), divulgado na última sexta-feira (29/06), Dia Nacional da Visibilidade Trans, aponta que no primeiro semestre de 2021, o Brasil registrou o assassinato de 80 pessoas trans. O documento é elaborado a partir de reportagens e relatos de organizações LGBTQIA+.
De acordo com a Associação, não existem dados oficiais sobre as mortes dessas pessoas, e por isso entende que o número de assassinatos entre janeiro e junho deste ano pode ter sido ainda maior.
"O Brasil vive uma onda de preconceito, de racismo, de discriminação muito grande e isso chega nas pessoas na forma de violência. E normalmente essa violência atinge primeiro a população LGBT, pessoas trans, em particular negros e negras. Uma sociedade que tem como uma política institucional, a partir, inclusive de seu mandatário maior, todo um discurso de ódio, de preconceito, de invisibilidade, é óbvio que isso autoriza, em parcelas mais violentas da população, que essa violência se materialize. É por isso , que a gente está vivendo esse aumento no número de assassinatos de pessoas trans", informou.
O parlamentar lembrou que no Ceará, o ano começou com o assassinato, em janeiro, de uma adolescente trans no município de Camocim e que, recentemente, no final de junho, foram registrados mais dois assassinatos no Cariri. Ele informou ainda que no ano passado, o Estado registrou 22 assassinatos de pessoas trans.
"É triste, é trágico. A sociedade que eu luto para construir, é uma sociedade onde caibam todas as pessoas, com respeito, respeito à diversidade, respeito a singularidade, com fraternidade. Eu lamento muito que o Brasil esteja vivendo isso que está vivendo hoje" afirmou Renato Roseno.
Em 2020, o Brasil se manteve como o País que mais mata trans e travestis no mundo, com um total 175 assassinatos. Neste 1º semestre de 2021, a maioria das mortes violentas foi de mulheres trans/travestis negras, um perfil que se repete ano a ano. Dois homens trans também foram vítimas, de acordo com relatório da Associação. Entre as vítimas de assassinatos no primeiro semestre de 2021, a maioria tinha menos de 35 anos, que é considerada a expectativa de vida da população trans no Brasil. Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo seguem como os estados com maior número de casos.
WR/CG