Lila Salú abordou a importância da representatividade LGBTQIA+ nos ambientes políticos. “Me senti muito acolhida, sobretudo pelos servidores da Câmara Municipal de Fortaleza, até no sentido de estimular quem é LGBT lá dentro se sentir mais à vontade para sair do armário e firmar a sua identidade”, apontou.

Ela também destacou que pessoas negras, lésbicas, trans ou travestis, por exemplo, carregam identidades que não podem ser escondidas. “Nós somos dissidentes, mas não porque escolhemos ser. Ninguém escolhe sofrer violência e ser xingada na rua. Nós precisamos é reconhecer a violação e entender como se dialoga com a sociedade”, salientou.

Luiza Nobel relatou episódios de racismo e de LGBTfobia que sofreu ao longo de sua carreira, enfatizando que a sua figura de artista não é uma garantia de que vai ser respeitada em todos os ambientes que frequenta. “Já me confundiram com camareira no camarim de um teatro e já fui expulsa de outro porque outro artista ocuparia aquele espaço. Os artistas brancos recebem o cachê por um festival e eu passo sete meses sem receber. Diante de tudo isso, a minha maior necessidade é ter um espaço digno para mostrar a minha arte de maneira respeitosa, tendo o mesmo direito de qualquer pessoa que está ali”, afirmou.

A cantora também comentou sobre os “olhares fuzilantes” que recebe quando está acompanhada de sua namorada, que é trans. “Já deixei de tocar em um certo lugar por um desconforto em relação a isso. Não tenho como afirmar que foi por conta de preconceito, mas eu observo o comportamento das pessoas ao redor e já senti isso”, pontuou. Ela complementou que é “violento, desconfortável e doloroso”, mas disse acreditar que o seu trabalho deve ocupar todos os espaços, e não apenas aqueles destinados ao público LGBTQIA+.

Já o jornalista e colagista Lucas Almeida foi questionado pela mediadora Raquel Andrade se já sofreu preconceito no seu trabalho por conta do estilo de suas produções. Ele respondeu que geralmente as pessoas que o procuram já conhecem o seu estilo de criar, marcado pelo uso de muitas cores e objetos no processo de colagem, e que apenas uma vez foi confrontado pela utilização de um arco-íris em uma produção.

“Já deixei bem claras as coisas que eu defendo e o meu estilo de criar, sempre enfatizando que as minhas criações profissionais têm um forte cunho político e social”, assinalou o colagista.

PROJETO

Iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher na Casa, o projeto “Ei, mulher!” busca abordar questões jurídicas que envolvem os direitos das mulheres de forma acessível, possibilitando que o público entenda os contextos e possibilidades de efetivação dos direitos.

Os debates acontecem todas as sextas-feiras, a partir das 11h. As livres anteriores podem ser vistas na íntegra na página do Instagram da Procuradoria (https://www.instagram.com/procuradoriadamulherce/).
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