O debate foi promovido pelo Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) da Assembleia Legislativa, em parceria com a Associação dos Servidores da Assembleia (Assalce) e a 7ª Companhia do 1º Batalhão de Bombeiro Militar, sediada no Poder Legislativo, e faz parte das atividades da Campanha Novembro Azul realizada anualmente pelo Legislativo Estadual. A mediação foi da psicóloga do DSAS, Greyce Guimarães.
O médico Marcos Tadeu afirmou que por falta de uma política de saúde o homem vive sete anos a menos do que as mulheres, porque cuida menos da saúde do que as mulheres. "Em relação às mulheres, crianças e idosos em geral, a saúde do homem foi a última a ser lembrada. O homem ainda não tem o hábito de procurar serviços de prevenção da saúde", destacou.
A preocupação com a saúde masculina começou com o câncer de próstata, mas, segundo ele, é preciso lembrar que a saúde do homem não é a saúde da próstata, que existem outros aspectos, como uma vida com hábitos saudáveis, planejamento familiar etc. "Hoje, a política de saúde do homem está centrada nos mais jovens, dos 20 aos 50 anos, mas é preciso uma política nacional especializada na saúde masculina", enfatizou.
De acordo com Marcos Tadeu, o homem jovem se envolve muito mais em acidentes e homicídios. Quando a idade aumenta aparecem as doenças sexualmente transmissíveis e mais tarde os tumores, como câncer de pulmão, de colo, de pele, entre outras neoplasias, por isso é importante uma política especializada na saúde do homem, acrescentou.
Como mais de 50% dos homens só procuram os serviços de saúde quando já tem uma doença ou quando há uma cobrança muito grande da família, ao contrário das mulheres que tem hábitos de fazer a prevenção, muitos chegam aos consultórios médicos já com câncer bastante avançado. "É importante que o homem procure o atendimento primário principalmente quando se tem um histórico familiar de casos de câncer", alertou.
Ele lembrou que cada homem tem uma característica própria, um histórico familiar, e por conta dessas particularidades é que se faz necessário procurar a atenção primária para o diagnóstico inicial. É por essa razão, que a medicina hoje está centrada na pessoa e não na doença.
O médico destacou que além de um acompanhamento sistemático, os hábitos saudáveis devem ser implantados desde a infância e acompanhados ao longo da vida. "Um homem não se torna diabético do dia para a noite. Até tumores tem relação com hábitos inadequados. O câncer de pulmão, por exemplo, vem lá de trás, quando a pessoas se iniciou no tabagismo aos 15, 16 anos", reforçou.
Marcos Tadeu disse que existem dois tipos de doenças: aquelas causadas pelo que a gente come e as doenças causadas pelo que a gente pensa. Uma alimentação inadequada vai causar uma série de doenças durante a vida do homem e o que a gente pensa tem consequências para o emocional e causam, por exemplo, crises de depressão e ansiedade. Se cuidar desses dois aspectos quase 50% das doenças são evitáveis, recomendou.
Hoje em dia, apesar de ainda ser grande a resistência para cumprir as práticas de promoção da saúde entre os homens, essa resistência tem diminuído ao longo dos últimos anos. O homem está mais conscientizado, tem buscado atividades físicas, feito o controle de pressão, coelestrol. Mesmo assim, é importante procurar um médico assim que atingir a idade adulta, aconselhou.
De acordo com o urologista Marcos Tadeu, todos os homens na faixa etária entre 50 e 55 anos devem fazer a prevenção. O diagnóstico pode ser feito com o toque retal ou através do PSA, exame simples, barato e fácil de diagnosticar. "Se você detectar precocemente a chance de cura é de 100%, mas se já estiver com metástase a chance é zero", explicou.
Outro problema enfrentado pelos homens é a disfunção sexual que, segundo Marcos Tadeu, é uma questão negligenciada. "É importante que as pessoas entendam que estamos falando de saúde, de um assunto sério. O câncer é uma doença séria assim o como outras doenças do homem", afirmou.
WR/CG
