Ele informou que a estratégia não visa “fechar nenhum setor”. “As reformas que estamos planejando vêm no sentido de expandir e universalizar o atendimento, oferecendo mais qualidade e condições para os usuários e profissionais”, disse.

Segundo Dr. Cabeto, no tocante ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e ao setor de pediatria, o princípio é o mesmo. A ideia é descentralizar serviços que podem ser absorvidos por outros hospitais, tornando mais completos aqueles localizados em pontos estratégicos da cidade, como o Sopai, na Barra do Ceará; o Hospital Universitário, no Itaperi; o Hospital Infantil Albert Sabin, no bairro de Fátima; o Centro de Saúde Escola, no Meireles, por exemplo.

Dr. Cabeto explicou que esse plano surgiu da necessidade de expansão de diversos setores, além da pediatria. Segundo ele, a Pediatria do HGF conta apenas com 34 leitos de internação e nenhuma emergência ou UTI pediátrica. Somado a isso, foi observada, em outras emergências do Estado, a necessidade de expansão de setores para tratamento de doença renal crônica, vasculares, neurológicas e câncer.

“Partindo do princípio de que teremos que promover a expansão da pediatria e de outros setores, estamos realizando essa série de mudanças que, em curto, médio e longo prazo, deverão, gradualmente, contemplar a população de forma mais integral sem causar tanto desgaste, nem para os usuários e nem para os profissionais”, acrescentou.

O secretário reforçou que essa transição está sendo discutida semanalmente com médicos do HGF, do Albert Sabim e das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e deve acontecer ao longo dos próximos seis meses.

“Nós não vamos ‘fechar’ serviços. Só vamos transferir especialidades de um hospital ao outro, quando a nova unidade estiver pronta, para que não haja descontinuidade no atendimento da população”, observou. Especialidades mais específicas, como transplantes, não sairão do HGF, conforme Dr. Cabeto.

Entre as vantagens apontadas pelo secretário estão o desafogamento dos hospitais e uma rede hospitalar interligada com todas as especialidades disponíveis, e que não obriga a população a se deslocar por grandes distâncias para realizar determinado atendimento.

No longo prazo, ele garantiu que o Hospital Universitário, que será licitado esse mês e deverá estar pronto até o final de 2021, terá 187 leitos pediátricos. Também como parte dessa transição está a ampliação do Hospital Albert Sabin, com aumento do número de leitos, de UTIs, de salas de cirurgias e uma nova emergência. Sopai, Hospital da Criança, Posto de Saúde do Meireles, além dos cinco hospitais polo da capital sofrerão reestruturações e modernizações, a fim de atender todos os critérios de vigilância e tratamento humanizado adequado.

A deputada Dra. Silvana (PL), presidente da Comissão de Saúde da AL, disse estar “aliviada” com o plano de modernização da rede pública de saúde. Ela elogiou o trabalho do Dr. Cabeto e afirmou que ele “realmente conseguiu desenhar um sistema de saúde que pode sim chegar até a população”.

A parlamentar ressaltou os esforços do Governo do Estado e da Sesa, que já vinham sendo sentidos antes e citou, por exemplo, o fim do “piscinão do HGF”. “Precisamos reconhecer o esforço e dedicação e a preocupação com a criação de uma estratégia como essa, principalmente em um período em que todas as atenções estão e devem estar voltadas para a pandemia da Covid-19”, frisou.

Os deputados Soldado Noelio (Pros) e Érika Amorim (PSD) também elogiaram o plano apresentado pelo secretário. Para Noelio, é de grande importância que um hospital como o Sopai, que atende toda a população da região da Barra do Ceará e até do município de Caucaia, esteja apto para todas as ocorrências.

Já Érika Amorim afirmou que o secretário lança um olhar sensível com essa estratégia, a fim não apenas de contemplar a população, mas de facilitar o acesso, reduzindo deslocamentos e melhorando a qualidade do serviço prestado pelo Estado e município.

Os deputados Queiroz Filho (PDT), Augusta Brito (PCdoB) e Fernanda Pessoa (PSDB) também participaram da reunião.

PE/AT