O deputado Heitor Férrer (SD), que é pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, reconhece que a eclosão da Covid-19 alterou calendários importantes em diversos países, e com as eleições municipais no Brasil não seria diferente, devido à aglomeração de pessoas que o pleito ocasiona. “As eleições são os pilares da democracia, e temos que ter muito cuidado ao adiá-las. O Congresso, de maneira inteligente, chegou ao consenso do adiamento do calendário eleitoral, ao invés da prorrogação dos mandatos. Elas tinham que acontecer ainda este ano. Não há como fugir dessa realidade”, afirma.
O parlamentar acredita que, mesmo com o adiamento das datas para a campanha eleitoral, essas ações deverão ser tomadas mediante cuidados sanitários, determinados pelas autoridades de saúde. “Queríamos a volta 100% da normalidade, mas sabemos que isso não acontecerá. A campanha será diferente, pois o vírus continuará circulando. Quando pudermos pedir votos em campanha, de fato, precisaremos saber como agir. Acredito que mais próximo do período, as autoridades de saúde já terão um protocolo elaborado para nos instruir”, diz.
O deputado Elmano Freitas (PT), pré-candidato à Prefeitura de Caucaia, também classifica a mudança nas datas do calendário eleitoral como “uma decisão acertada, pois a saúde das pessoas deve vir em primeiro lugar”. “Seria muito ruim que os prefeitos atuais, que vão disputar reeleição, estivessem preocupados com eleições e não em garantir o maior cuidado possível com a população, que nesse momento precisa, mais do que nunca, do serviço de saúde pública”, enfatiza.
Sobre as campanhas, ele acredita que não serão muito afetadas. “O importante é que cada candidato esteja disposto a ouvir a população, apresentar propostas para os problemas da cidade. Eu acho que isso é o que norteia qualquer candidatura. Não se pode colocar a eleição à frente da saúde da população que queremos governar”, ressalta.
O deputado Renato Roseno (Psol), que teve sua pré-candidatura à Prefeitura de Fortaleza oficializada na última semana, concorda com o adiamento e salienta que a reabertura de atividades em algumas cidades tem feito o nível de contaminação voltar a crescer. O que, por si só, conforme observa, justifica o adiamento.
Ele enfatiza, entretanto, o papel que as redes sociais terão durante as campanhas deste ano. Para o parlamentar, as atividades presenciais deverão diminuir e, nesse sentido, ele reforça a importância da “imperiosa necessidade de combater as fake news e as fábricas de calúnias e manipulação”.
“O Brasil amarga hoje o resultado das eleições de 2018, em que parcela importante da opinião pública foi manipulada por fake news. Assim, entendo absolutamente relevante que o TRE se prepare adequadamente para combater as fake news”, afirma.
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) também concorda com o adiamento e avalia que as redes sociais terão ampla participação nas campanhas. “O corpo a corpo dará lugar a um melhor aproveitamento das redes, então será interessante para as candidaturas estarem adaptadas estrategicamente a essas condições”, observa.
O deputado Evandro Leitão (PDT) reforça que as campanhas eleitorais são um momento importante do sistema político e da democracia. Ele considera, entretanto, a gravidade do momento e alerta que esse processo precisa acontecer dentro de procedimentos sanitários seguros, para evitar a disseminação do novo coronavírus.
“O adiamento do dia da eleição visando à segurança dos eleitores, dos mesários e técnicos da Justiça Eleitoral é muito bem-vindo. Entendemos que preservar as vidas das pessoas está inserido nessa ideia de democracia que tanto defendemos”, avalia.
Da mesma forma, o deputado Osmar Baquit (PDT) concorda que o adiamento em um mês é prudente. “É uma decisão que, até o momento, não prejudica o mandato de ninguém, e dá tempo às entidades de saúde competentes para auxiliarem os mandatos na elaboração de estratégias para conduzir as campanhas de forma a não aumentar a dissipação do vírus e não expor a população a riscos”, defende.
Já a deputada Fernanda Pessoa (PSDB) demonstra preocupação com as novas datas para o pleito municipal e aponta a possibilidade de uma nova onda de contágio inviabilizar a campanha eleitoral. “Minha preocupação é que aconteça uma segunda onda de casos justamente em novembro. Talvez a realização em outubro viesse a ser em um período de baixa de casos. Mas vamos confiar nas autoridades de saúde, que fizeram cálculos e veem essa data como a mais apropriada, afinal a prioridade é a saúde das pessoas”, assinala.
A parlamentar observa ainda que, de toda forma, a campanha deste ano será diferente, mais voltada para o meio virtual, e que as mídias sociais serão grandes aliadas nesse contato entre candidatos e eleitorado.
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