Você está aqui: Início Últimas Notícias Pesquisador relaciona pandemias à interferência humana na biodiversidade
Doutor em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente e professor das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo, Allan Pscheidt afirmou que a interferência humana na natureza tem relação direta com desequilíbrios ambientais que impactam a saúde e a vida das pessoas.
Ele ressaltou que dados já comprovaram que a Covid-19 tem relação com o consumo da carne de animal silvestre, sendo o principal suspeito o consumo do morcego, animal que carrega muitas doenças zoonóticas, ou seja, doenças que passam dos animais para os seres humanos.
Segundo o pesquisador, o coronavírus não é uma novidade para a humanidade, mas a Covid-19 desencadeou “a primeira pandemia moderna”, impactando de diversas formas os países e suas populações. Allan pontuou que a capacidade de infecção do novo coronavírus e a rapidez com que se espalhou chamam a atenção e continuam a exigir cuidado, como higiene, distanciamento e o seguimento dos protocolos de cada local, como o uso de máscaras, isolamento, entre outros.
Diante desse cenário de pandemia, ele ressaltou a importância do acesso à tecnologia e ciência para que fosse possível estudar a genética do vírus em pouco tempo e, assim, buscar formas de reação e vacinas, que mobilizam cientistas do mundo inteiro.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Com a experiência dos impactos sanitários, a perda de vidas, as restrições econômicas e todos os impactos que estão atrelados à pandemia da Covid-19, Allan destacou que o entendimento de que o ser humano faz parte da natureza e sofre os impactos dos seus desequilíbrios precisa fazer parte da rotina de todos.
“Só no Brasil temos quatro espécies de coronavírus na natureza. São parte da dinâmica ecológica, mas, ao termos a interferência humana na natureza, isso pode gerar riscos”, comentou.
Assim, a pauta da preservação ambiental para, entre outros motivos, evitar desequilíbrios que espalhem novos vírus e causem novas pandemias, deve ser tratada com relevância por todos, opinou. Além disso, mudanças que vão desde os hábitos de higiene até a forma como consumimos precisam ser colocadas em prática.
Os desafios são grandes, indicou o pesquisador, “uma vez que temos uma população superior a sete bilhões de pessoas no mundo – que necessitam de recursos e alimentos – e estamos vivendo um momento em que as mudanças climáticas causadas pela ação humana estão cada vez mais alarmantes e presentes, impactando a dinâmica da natureza”.
Allan ressaltou que é necessário ter atenção ao consumo de recursos naturais – que são finitos – e ao impacto ambiental causado pelo comportamento humano. “Precisamos repensar nossos hábitos e passos enquanto humanidade, enquanto cidadãos”, afirmou. E a educação ambiental, pontuou, faz parte desse processo de mudança.
A Semana do Meio Ambiente é uma realização da Célula da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) da AL e contou com programação desde o dia 5 de junho. Morgana Ferreira, engenheira ambiental e orientadora da A3P, destacou a relevância e atualidade dos temas debatidos ao longo da semana, assim como a participação do público, que enviou comentários e questionamentos por meio das redes sociais da AL.
Além de painéis e debates, foi lançado também o concurso “Sustentabilidade em Casa: um minuto que pode salvar o mundo”
SA/CG