Você está aqui: Início Últimas Notícias Deputados repudiam atos de intolerância e ataques à democracia e à imprensa
Contrariando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para isolamento social contra a Covid-19, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pediram pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF e agrediram jornalistas com socos e chutes.
O primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), defende a punição para agressores e repudia as manifestações contra o isolamento. “A nossa democracia está passando por uma dura prova de fogo. As agressões contra o repórter fotográfico Dida Sampaio e a equipe do jornal Estadão no último fim de semana são exemplos de manifestações contra esse importante pilar da democracia que é a imprensa. Temos de repudiar esses atos com veemência, buscando punições para os agressores e repudiando qualquer tipo de manifestação contra o isolamento, que até agora é a medida mais eficiente para preservar a vida dos cidadãos”, opina.
O deputado Leonardo Araújo (MDB) frisa que a imprensa merece ser respeitada como uma das grandes instituições da democracia – a fala e o ouvido da sociedade – não podendo em hipótese alguma ser objeto ou alvo de ataque por qualquer que seja o motivo ou a causa. “Já as manifestações a favor de atos antidemocráticos, como fechamento do Congresso e do STF, devem ser rechaçadas com veemência, porque são nada mais, nada menos que a defesa direta de regimes totalitários e ditatoriais. A sociedade civil constituída e as instituições brasileiras precisam se levantar contra esses atos”, enfatiza.
Para o deputado Moisés Braz (PT), o episódio no último domingo (04/05) em frente ao Palácio do Planalto foi mais um capítulo do que se transformou a presença de Bolsonaro na Presidência do Brasil. “Com declarações, gestos, atos e ameaças contra profissionais de imprensa e demais veículos, Bolsonaro estimula hostilidades, dissemina ódio e semeia uma divisão ainda maior da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que emula um golpe na democracia brasileira, ao invocar o apoio das Forças Armadas ao seu Governo, como também ao encorajar manifestações contra o Congresso, o STF e a favor de um golpe militar no Brasil”, avalia.
Já o deputado Heitor Férrer (SD) aponta que é preciso que os presidentes dos poderes entendam que a pandemia da Covid-19 exige a necessidade de uma unidade nacional. “O chefe do Poder Executivo não pode, de forma alguma, travar uma guerra interna. Essa guerra de poderes, sempre iniciada pelo chefe do Poder Executivo, atenta contra a democracia, contra a Constituição e contra o estado de direito. Portanto, o presidente da República tem que se conter no seu modelo de gestão, que está sempre acenando para o uso da força”, pontua.
Ainda de acordo com o deputado, as Forças Armadas não podem ser utilizadas para o varejo da política. Segundo ele, o Exército brasileiro, a Marinha e a Aeronáutica têm o compromisso com a Constituição brasileira. “Elas servem ao Estado brasileiro, e não ao governante de plantão. É importante que as nossas autoridades militares passem isso à sociedade, para que possamos nos tranquilizar, porque o presidente da República tem-se utilizado de uma patente de capitão para tentar intimidar o povo brasileiro de que o Exército estaria a seu serviço e à mercê de sua vontade para instalar aqui uma ditadura. Ditadura nunca mais. AI-5 nunca mais”, reitera Heitor Férrer.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) classifica como inaceitável a série de manifestações abertamente antidemocráticas estimuladas pela extrema-direita e pelo próprio presidente em meio a uma pandemia. “Tivemos agressões contra uma enfermeira no Dia do Trabalho e agora, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas que estavam cumprindo o seu papel de colher informações são atacados. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados. Mais grave ainda são as ameaças e ações de Bolsonaro em meio a uma pandemia”, lamenta.
Na visão do deputado Renato Roseno (Psol), o presidente Jair Bolsonaro aposta na estratégia da radicalização. “Até a direita mais orgânica vê que Bolsonaro é perigoso demais e incapaz de gerar um ambiente econômico de retomada após a primeira vaga da pandemia. Cada vez mais isolado, aposta na estratégia agora da radicalização quando convoca a milícia política de Roberto Jefferson”, observa.
Segundo o parlamentar, por outro lado, ele alimenta ao máximo a fábrica de fantasias das fake news para manter sua guarda pretoriana digital até o último momento. “Promove e participa de atos inconstitucionais, que servem para alimentar a sanha de sua base mais ideológica, que mostrou mais uma vez sua face violenta com a agressão física a jornalistas. Enquanto isso, os brasileiros morrem sem renda, sem saúde, sem paz. Bolsonaro está desesperado, mas é calculista. Dobrou a aposta", declara.
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