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Flávio Dino aponta crise de legitimidade e defende união de PT e PDT - QR Code Friendly
Segunda, 04 Novembro 2019 04:36

Flávio Dino aponta crise de legitimidade e defende união de PT e PDT

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Na Assembleia para participar do Congresso, Flávio Dino também esteve, ontem, no Plenário 13 de Maio Na Assembleia para participar do Congresso, Flávio Dino também esteve, ontem, no Plenário 13 de Maio Foto: Isanelle Nascimento
Após virem à tona declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em alusão ao período de ditadura militar no País, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), avaliou, ontem, em palestra na capital cearense, que o Brasil passa, hoje, por uma crise não apenas democrática, mas de legitimidade. Ele participou do II Congresso de Direito Eleitoral, na Assembleia Legislativa. Ao tratar das eleições de 2022, o governador também defendeu a aproximação de siglas de esquerda, como PT e PDT.   Durante palestra, Flávio Dino disse que não apenas questões institucionais estão "ensejando esse processo, mas, sobretudo, o fato de termos desconfiança em relação ao jogo institucional". Para ele, a desesperança e a "descartabilidade" das pessoas enfraquecem o jogo institucional.   Sintomas   O chefe do Executivo maranhense listou, no evento, os "sintomas" dessa crise de representatividade. O primeiro seria a quebra da igualdade perante a lei quando, apontou ele, o Direito Penal é diferente para inimigos e amigos.   "Hoje, se naturaliza alguém que veste camisa de candidato: uma promotora, um juiz, que compareça a eventos partidários e, no dia seguinte, atue em conflitos que sejam implicados pessoas que foram favorecidas por sua atuação". A "perseguição aos inimigos" é o segundo sintoma, de acordo com Flávio Dino.   "O problema não é existir extrema-direta ou extrema-esquerda, o problema é quando a defesa de posições diferentes se transforma na luta de extermínio de quem pensa diferente", afirmou.   Depois, ele citou a tese de solidariedade versus meritocracia como o terceiro sintoma, em que muitos segmentos sociais, segundo o governador, defendem a "lei da selva". E, por último, relações do mundo do trabalho que levam, na visão do governador, à desumanização das pessoas.   Diante desse cenário, Flávio Dino acredita que boa parte da população acaba não se identificando com a democracia. E com a desesperança, apontou ele, a corrupção acaba se tornando agenda hegemônica, o que resulta numa "brutal" crise de representação e no desmonte do sistema partidário.   Internet   O governador do Maranhão ressaltou, então, que o lugar das instituições democráticas passou a ser ocupado pela Internet. Neste ponto, ele defendeu uma regularização do sistema. "O tribunal do Facebook, a Internet passou a ser vista como a instância da sociedade em que cada um teria a sua voz. O problema é que virou um vale-tudo antiético e imoral", criticou.   Por outro lado, Flávio Dino apontou que a crise de representatividade levou ao fortalecimento do sistema de Justiça no Brasil. Apesar de avaliar como positivo o protagonismo da Justiça, em meio à "política fraca", o governador elencou desafios preocupantes. "O hiperintervencionismo, a submissão de personagens a agentes do sistema de Justiça à civilização do espetáculo. Se um juiz julga de olho na voz das ruas, nunca julgará bem", argumentou.   Para Dino, uma possível solução para a crise é voltar-se aos parâmetros clássicos de estruturação do Direito no Estado brasileiro. Segundo ele, ser um jurista à moda antiga: "defender leis, o máximo de parcialidade e isenção do sistema de Justiça", concluiu.   Articulação   O governador reconheceu que o campo da esquerda enfrenta problemas para se articular no País, mas ressaltou que prefeitos e governadores do Nordeste têm se unido politicamente.   Eleições 2022   Dino defendeu a união do PT com o PDT para as eleições de 2022. Segundo ele, são as correntes “mais importantes da esquerda”.   Fortaleza   Sobre a possibilidade de o PCdoB lançar candidato nas eleições para a Prefeitura de Fortaleza em 2020, Flávio Dino respondeu que cada capital tem especificidades e que o partido estará unido a outros do mesmo campo político.
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