Você está aqui: Início Últimas Notícias Os 110 anos dos Dnocs são celebrados na Assembleia Legislativa
A deputada Fernanda Pessoa ressaltou que o Dnocs, em seus 110 anos de atividades, construiu mais de 300 açudes públicos, mas sua atuação também se dá em outras frentes, como perfuração de poços artesianos e apoio à piscicultura, além de reunir relevantes conhecimentos e tecnologia que ajudam no combate aos efeitos da seca.
A parlamentar lembrou que o Dnocs passa por um momento preocupante, “com frustrante processo de descontinuidade de suas atividades e com diminuição de aportes orçamentários”. Fernanda Pessoa destacou ainda que há parlamentares estaduais e federais atuando em defesa do órgão. “Não se pode falar do estado do Ceará sem falar do Dnocs. É preciso revitalizar esse órgão tão importante para o Nordeste”, ressaltou.
O deputado Nezinho Farias (PDT) reforçou a importância da atuação do órgão no interior do Ceará e afirmou que “é necessário salvar o Dnocs, que já foi uma referência nacional”.
Para o diretor geral do Dnocs, Roberto Otto Penna, o órgão prestou contribuição para o Nordeste, pois ajudou a possibilitar a convivência com a seca e a permanência dos sertanejos em suas cidades, “dando condições de alimentação e sobrevivência no próprio sertão. O Dnocs contribuiu muito para o desenvolvimento do semiárido. A contribuição para o sertão é incomensurável”, enfatizou.
Segundo o secretário de Recursos Hídricos do Estado, Ramon Flávio Gomes Rodrigues, o Dnocs “é, acima de tudo, uma escola”. Ele lembrou que o órgão contribuiu bastante durante a criação da Secretaria de Recursos Hídricos, em 1987, e reforçou a necessidade de apoio político para garantir sua permanência.
O diretor administrativo do Dnocs, Gustavo Henrique Paiva Medeiros, destacou que a atuação do órgão garantiu alimento e empregos a muitos municípios cearenses e nordestinos. Ele também informou que pode haver esvaziamento das atividades, pois cerca de 90% dos funcionários em exercício estão próximos da aposentadoria.
Para o diretor de Desenvolvimento Tecnológico do órgão, Felipe Belchior, “o Dnocs tem muito a fazer, muitas tecnologias novas a serem implantadas. Se o Dnocs ainda existe, é por força de seus funcionários. Se não vierem novas pessoas para aprender com eles, esses conhecimentos podem se perder. Concurso já!”, cobrou.
Manfredo Cássio de Aguiar Borges, ex-direto regional do Dnocs, ressaltou o conhecimento acumulado pelo órgão ao longo de mais de um século de atuação e enfatizou que o Dnocs é o único com capacidade técnica para gerir a obra de transposição do rio São Francisco.
Durante a solenidade, o representante da Sociedade Cearense de Geografia e História, Barros Alves, apresentou quatro obras de referência sobre a historiografia das secas no Ceará: "O Problema das Secas no Ceará", de Thomaz Pompeu Sobrinho; "O Secular Problema do Nordeste", de Ildefonso Albano, e os dois livros de Rodolfo Theóphilo, "A História da Seca do Ceará" e "A Seca de 1915".
Também foram homenageados pelos 110 anos do Dnocs o chefe de Serviço de Orçamentos e Finanças do Dnocs, Antônio de Carvalho Costa; o engenheiro civil Antônio Gouveia Neto (in memoriam), representado pelo filho Carlos Brasil Gouveia; o farmacêutico do serviço médico do Dnocs, Felizardo de Pinho Pessoa Filho; o diretor da assessoria técnica e empresarial, José Oswaldo Pontes; Manfredo Cássio de Aguiar Borges, e o chefe do Centro de Pesquisas em Aquicultura, Pedro Eymard Campos Mesquita.
Estiveram presentes o deputado Heitor Férrer (SD); o ex-diretor do órgão Angelo José de Negreiros Guerra; padre Moisés Rodrigues, além de representantes do Judiciário, sindicatos de produtores rurais, engenheiros, servidores do Dnocs e associação dos ex-deputados.
JM/CG