Você está aqui: Início Últimas Notícias Psiquiatra aponta importância de políticas públicas na prevenção ao suicídio
Para o doutor Fabio Gomes de Matos, existe a necessidade de políticas públicas para prevenção ao suicídio e tratamento adequado de pessoas com depressão. “Nesses 15 anos de trabalho, acompanhando esses casos, acredito que, em 100% deles, a pessoa que tentou contra a própria vida possui algum tipo de transtorno mental. É preciso reforçar a rede de assistência psiquiátrica no País", alertou. De acordo com o médico, inúmeros leitos foram fechados no Estado. "A expectativa era de que eles fossem reabertos em hospitais da rede de saúde estadual e municipal, porém, até o momento, não há disponibilidade leitos para atender adequadamente a população”, criticou.
O psiquiatra sugeriu a integração do sistema de saúde, por meio de prontuários unificados digitais, receitas médicas, dificultando assim o acesso a medicamentos “tarja preta”, fim do comércio de veneno conhecido como “chumbinho”, obrigatoriedade de proteção em viadutos, pontes e prédios, além educação para tratar do tema com crianças e adolescentes.
“Não podemos admitir que o nosso sistema de saúde, ao identificar que um paciente atentou contra a própria vida, apenas o aconselhe a procurar um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps). É preciso uma legislação que obrigue os hospitais proporcionarem um atendimento psicológico urgente. O recomendado é que isso ocorra em até 48 horas", observou.
Segundo a Organização mundial da Saúde (OMS), uma pessoa se suicida a cada 40 segundos, no mundo. Ainda de acordo com o relatório, essa é a segunda causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos. Em termos de gênero, as mulheres comentem mais tentativas contra si, porém, 60% desses casos entre homens são letais. Levantamento elaborado a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, referentes a 2013, mostram que Fortaleza aparece na segunda posição do ranking em número de suicídios no País, atrás de São Paulo.
Para a presidente da Comissão da Infância e Adolescência da AL, deputada Érika Amorim (PSD), é importante a sociedade estar sempre alerta aos indícios suicidas demonstrados, além da criação de políticas públicas que não se restrinjam a setembro. “É preciso quebrar o tabu de que não se deve falar sobre suicídio, achando que irá incentivar a prática. Na verdade, precisamos falar sobre, estar em alerta durante o ano todo e buscar junto às secretarias municipais de saúde a integração de todos da rede, no atendimento mais humano e sensível para reduzir esses indicies tão altos”, ressaltou.
O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental e Combate à Depressão e ao Suicídio da Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), enfatizou a necessidade de ouvir especialistas em defesa da vida e de conscientizar a população sobre a importância da valorização da vida. "A Casa, através dessas palestras, conversas e demais ações apoia o Setembro Amarelo e busca ações que possam contribuir com a sensibilização e informação do enfrentamento da depressão e suicídio”, ponderou.
Participaram ainda do evento os deputados Fernando Santana (PT), Patrícia Aguiar (PSD), Elmano Freitas (PT), Jeová Mota (PDT) e Carlos Felipe (PCdoB); Estiveram presentes também o diretor do Hospital Infantil da Sociedade de Assistência e Proteção à Criança (Sopai), Luiz Eugênio França Pequeno; o psiquiatra do Sopai, Alfredo Holanda; o secretário de Saúde de Caucaia, Moacir Soares e os alunos da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Ernestina Nunes de Miranda, de Caucaia.
GS/AT