Você está aqui: Início Últimas Notícias Parlamentares afirmam que corte de recursos ameaça futuro de universidades
O evento foi aberto pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (PDT), ressaltando que, embora seja uma pauta de âmbito federal, a medida impacta no Estado. “É uma questão importante. São tempos de intolerância, em que vemos pouca compreensão quanto às nuances da sociedade e pouca generosidade. Hoje a nossa proposta é ser uma caixa de ressonância e ouvir a preocupação justa dos reitores”, disse.
O senador Cid Gomes (PDT-CE) afirmou que a decisão do Governo Federal de bloquear os recursos das universidades públicas é “medieval e que irá introduzir o Brasil em uma era de obscurantismo”. Para ele, educação é uma questão consensual e merece ser a área menos afetada na busca pelo equilíbrio fiscal do País.
“Entendo que devemos fazer sacrifícios pela saúde fiscal do País, mas não sejamos irresponsáveis, a educação é a base do progresso do Brasil. Basta observar a dinâmica das famílias: quando a crise aperta, diminui-se o lazer, economizam-se os gastos com água e energia, mas ninguém tira os filhos da escola”, comparou.
Para o parlamentar, “a voz que deve ser ouvida no tocante aos cortes na educação superior é a dos reitores das universidades, pois a medida ameaça o futuro das instituições que eles gerem”.
Em uma breve análise sobre o governo Jair Bolsonaro, Cid Gomes disse que ainda não caiu a ficha do Governo de que as eleições passaram e ele deve unir a população em torno de questões consensuais, mobilizando o máximo de engajamento possível.
" O Governo atual entende que continua em campanha e se afirma pela negação. Eles identificaram um inimigo e procuram se manter a partir de teses, geralmente polêmicas, que acirram os ânimos entre os brasileiros. “Não se governa desse jeito”, afirmou.
Cid Gomes avaliou, ainda, a crise em que o Brasil se encontra desde 2014 e observou que, por mais que nos últimos anos tenha crescido o número de jovens entre 18 e 25 anos de idade matriculados nas universidades, esse número ainda é menor que em países vizinhos, como Argentina, Chile e Colômbia. Segundo ele, no Brasil não chega a 18% o número de jovens nessa faixa etária matriculados em universidades.
“Associe esse dado a uma crise que impõe um em cada quatro jovens ao desemprego e um percentual nunca visto antes de jovens que nem estudam e nem trabalham. Sem dúvida, é desse percentual que temos a base da violência que assola o País de norte a sul”, refletiu.
O senador concluiu ressaltando a importância de não perder momentos nem espaços para difundir a importância da educação para o desenvolvimento do País, assim como reverter a iniciativa do Governo.
O deputado Queiroz Filho (PDT), um dos propositores do debate, chamou a atenção para o foco na educação como bandeira única e que não deve ser associada a outras. Ele disse que o momento atual é de revolução tecnológica, com máquinas substituindo seres humanos no mercado de trabalho, e que o futuro de várias profissões é incerto.
“Quem sabe as profissões do futuro sejam relacionadas à filosofia e à sociologia, algo que máquinas não conseguem substituir e, curiosamente, dois dos cursos mais baratos das universidades e que sofrerão com os bloqueios do Governo Federal”, considerou.
O que foi dito durante a sessão pelos reitores das universidades, conforme Queiroz, deve ser replicado para todos no sentido de mobilizar e unir a sociedade em favor da bandeira da educação.
A sessão especial foi proposta pelos deputados José Sarto (PDT), Queiroz Filho (PDT) Bruno Pedrosa (PP), Fernando Santana (PT) e Augusta Brito (PCdoB).
PE/CG