Para a maioria, quanto mais rotas regulares, maior é a possibilidade de encontrar promoções e ainda atrair turistas estrangeiros, o que ajudaria a movimentar a economia local. Outros 17.8% discordaram, argumentando que um possível aumento da procura por parte dos consumidores poderá fazer com que as companhias aéreas pratiquem majoração nos preços.

Segundo o economista Allisson Martins, professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), uma maior oferta de rotas regulares certamente repercutirá de forma positiva para os usuários da aviação. De acordo com ele, o comércio exterior em expansão faz com que haja naturalmente um maior fluxo de recursos “e, por consequência, de forma natural, um maior fluxo de pessoas, seja para fins de realização de negócios ou para fins turísticos, e que afetam de maneira relevante nossa economia cearense”, completa.

Allisson ressalta ainda que um maior fluxo de pessoas possibilita que as empresas operadoras elevem suas receitas operacionais, alcancem mais rápido o ponto de equilíbrio (econômico e financeiro), ganhem escala de operação e reduzam seus custos operacionais relativos. “Nesse contexto, as empresas podem ofertar preços diferenciados das passagens, além de lançar promoções, sobretudo em épocas específicas do ano”, pondera.

Um ambiente mais conectado com o mundo dos negócios e também de portas abertas para o turismo internacional, facilitado por meio de rotas regulares, faz catalisar o desenvolvimento econômico do Ceará, conclui ele.

O professor da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará (UFC) Marcelo Ponte diz que, certamente, a implantação de um hub aéreo traz uma maior oferta de voos diretos, para uma maior variedade de destinos. Contudo, isso não necessariamente implica preços menores para os viajantes e para todos os trechos.

Marcelo Ponte explica que estudos aplicados aos EUA indicam que, embora a presença de um hub tenda a baixar ligeiramente os preços de viagens com finalidade turística, o mesmo parece não ocorrer para viajantes a negócios. “Se, por um lado, a concentração das atividades de uma companhia em um aeroporto traz ganhos de eficiência, que podem ser repassados aos consumidores na forma de menores preços, por outro lado, o predomínio dessa companhia pode colocá-la numa posição monopolística, o que se reflete em preços maiores para viagens com origem na cidade”, esclarece.

Assim, em aeroportos muito movimentados, como o de Fortaleza pode vir a ser, é importante que haja uma regulação adequada dos “slots” (direitos de pousar ou decolar), de modo a garantir a concorrência entre empresas.

Para o deputado Sérgio Aguiar (PDT), o resultado da enquete revela que a maior parte das pessoas tem noção da importância do hub para o Ceará. “Quanto mais concorrência, mais o povo se beneficia com preços baixos. “E a tendência que novas companhias disponibilizem mais voos, até para países da Ásia, até pouco tempo impossível para nossos passageiros”, pontua.

Por sua vez, a deputada Mirian Sobreira (PDT) destaca que, em razão de uma localização muito privilegiada em relação à Europa e com a oferta de novos voos, “o Ceará tem o potencial de atrair não apenas os turistas estrangeiros, mas turistas do próprio País, que devem vir ao estado também em busca dessa nova facilidade de chegar até os países europeus.”

LS/CG