O deputado Dr. Sarto (PDT) avaliou que, atualmente, sobretudo nos países de terceiro mundo, o orçamento dedicado à cultura é muito inferior ao orçamento utilizado no Brasil. De acordo com o parlamentar, é dever do Poder Público incentivar as mais diversas formas de manifestação artística.

“A gente percebe, no mundo todo, o valor que tem a base cultural, o valor que tem, para uma nação, as suas manifestações e os diversos tipos de cultura. No caso específico do Ceará, temos uma arte que, para mim, é muito cara, que é a arte do cordel. Temos aqui autores brasileiros, nordestinos e cearenses que, se tivessem nascido em países de língua inglesa, certamente estariam alcançando o topo dos mais lidos e dos mais inteligentes da humanidade”, refletiu.

Segundo o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Santos Piúba, a CCF deixa um legado importante ao Estado: a identidade e o sentimento de pertencimento enquanto cearenses. “A Comissão Cearense de Folclore tem tido um papel que se renova a cada ano na promoção da cultura cearense popular e folclórica, seja no seu papel histórico, no seu papel cultural, artístico, acadêmico – com o movimento de pesquisas constantes sobre o folclore –, no papel de formação de pessoas, da difusão e do acervo que a própria comissão construiu”, destacou o secretário.

A cordelista e sócia da CCF Terezinha Vidal fez seu discurso em formato de cordel, ressaltando o importante valor da comissão para a cultura cearense. “São fins dessa comissão estudos incentivar / Das expressões populares, pesquisas a divulgar / Prover defesa de âmbito do Ceará, seu lugar / Folclore, um campo de estudo, é cultura popular / Sabemos ser patrimônio, motivo a valorizar”, recitou.

Para o membro do conselho consultivo da CCF, escritor e teatrólogo Oswald Barroso, o folclore é onde o povo trabalhador, pobre e humilde tem a oportunidade de mostrar sua riqueza cultural, saber e inteligência. “O povo cearense é conhecido no Brasil como criativo, talentoso e criador. E é graças a essa capacidade que ele sobrevive e resiste a todas as adversidades e eleva bem alto o nome do Ceará”, ressaltou.

A presidente da CCF e especialista em Cultura Folclórica Aplicada, Poliana Santos Braga, frisou que a comissão trabalha em ações que permitem não apenas o reconhecimento das expressões artísticas nacionais em terras alencarinas, mas também funcionam como importante indutor que tem ajudado, além do Governo do Estado, outras secretarias e instituições. Poliana destacou ainda que, apesar da nova onda tecnológica, sempre haverá espaço para o folclore e para o lúdico.

Receberam homenagens a presidente da CCF, Poliana Santos Braga; a vice-presidente da CCF, Maria de Lourdes Macena de Souza; a professora Valquíria Mendes; o chefe do Departamento de Artes do IFCE, José Maximiano Arruda; o vice-presidente do Instituto do Ceará e ex-deputado estadual, Osmar Diógenes; a fundadora do Grupo de Tradições Cearenses e membro da CCF, Elzenir Colares.

Também foram homenageados o diretor da Casa Juvenal Galeno, Antônio Santiago Galeno Júnior; os membros do conselho consultivo da CCF Paulo Tadeu Sampaio de Oliveira e Raimundo Oswald Cavalcante Barroso, e a ex-secretária da Cultura do Estado Claudia Sousa Leitão.

Também foi homenageada, “in memorian”, a professora de música, regente e ex-presidente da CCF Dalva Stella Nogueira Freire.

Participaram da solenidade, ainda, o secretário executivo da Regional III, vereador Antônio Henrique (PDT), e Gilberto Rodrigues, representando a Secretaria de Cultura do Município de Fortaleza.

BD/LF