Você está aqui: Início Últimas Notícias Celebração do 1º de maio na AL alerta para redução de direitos dos trabalhadores
De acordo com a parlamentar, a solenidade tem mais um tom de denúncia do que de comemoração, tendo em vista a atual conjuntura política e econômica do Brasil. “Celebrar esse 1º de maio aqui nessa Casa Legislativa é também trazer as lutas importantes, trazer toda a resistência do povo trabalhador do nosso País, que está enfrentando esse golpe e que está defendendo suas bandeiras e nossa democracia”, salientou. Rachel Marques também destacou que, atualmente, o Brasil conta com uma força de trabalho superior a 100 milhões de pessoas, mas apenas 33 milhões possuem carteira assinada.
A representante do Sindicato dos Comerciários de Fortaleza, Ruth Oliveira, ressaltou que a reforma trabalhista afetou negativamente os trabalhadores do comércio, resultando no desemprego de mais de 30% dos comerciários do Centro de Fortaleza com carteira assinada. Ruth criticou ainda a decisão de abrir o comércio para funcionamento 24h, já que não houve diálogo com a sociedade civil.
Para a presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjorce), Samira de Castro, é preciso contextualizar a atual situação política e econômica do Brasil com o que aconteceu em 2015, quando houve a aplicação de um golpe “misógino e contra a classe trabalhadora do País”. Samira destacou ainda que o golpe teve e tem grande apoio da mídia empresarial, a qual busca convencer a população de que a reforma trabalhista foi algo positivo para a sociedade.
Já o diretor de comunicação do Sindicato Mova-se, Pádua Araújo, comentou sobre a proposta de emenda constitucional que congela investimentos em educação e saúde, mas não altera a dívida pública. “É necessário que haja um processo de revisão popular, uma auditoria dessa dívida pública, porque são recursos econômicos do nosso orçamento público que poderiam estar sendo destinados hoje à saúde, educação, saneamento básico e melhoria dos salários”, explicou.
A representante da Frente Brasil Popular no Ceará, Joyce Ramos, destacou que o 1º de maio deste ano marca os 200 anos de nascimento de Karl Marx, teórico precursor da unidade do proletariado. Joyce comentou ainda sobre a construção de um Congresso do Povo que vise dialogar com a sociedade, vinculando os problemas da conjuntura política aos problemas do dia a dia.
Segundo a presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), Vilani Oliveira, a reforma trabalhista vem resultando na perda de qualidade de vida, no aumento da pobreza, na fome, no desemprego e em empregos precários. “Esse é o retrato do novo Estado que está sendo construído pós-desmonte. Um Estado não mais como precursor para reduzir as desigualdades sociais, mas um Estado pequeno, diminuto, enxuto, com novo perfil voltado para salvar a elite empresarial. Nesse novo Estado não cabe trabalhador, não cabe direitos sociais”, salientou.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Luciano Simplício, apontou que, seis meses após a aprovação da reforma trabalhista, não houve melhorias efetivas para a classe trabalhadora. “Em um semestre, eles prometeram criar mais empregos, mas o que se viu foi o seguinte: 20 mil vagas de trabalho intermitente, enquanto na outra ponta fecharam 145 mil vagas de contratos convencionais”, avaliou.
A secretária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmem Santiago, criticou a venda de uma falsa imagem de um Estado equilibrado financeiramente e também a criminalização dos movimentos sindicais. Carmem comentou também que o Brasil está vivendo “o verdadeiro avanço do capital contra a classe trabalhadora”, mas que ainda há muita resistência.
O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT/CE), Antônio de Oliveira Lima, avaliou que muitos trabalhadores pensam equivocadamente que não possuem mais direitos. “Esse discurso também foi vendido. É preciso esclarecer para os trabalhadores que, apesar dos grandes prejuízos, os direitos estão aí, mas eles são construídos na luta do dia a dia”, enfatizou.
Várias lideranças de trabalhadores também se manifestaram durante a solenidade para criticar a precarização do trabalho no Brasil.
BD/CG