Ivone ficou órfã de pai e mãe aos seis anos de idade e foi internada por parentes no Colégio Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, onde permaneceu até os 17 anos. Ainda na escola, era admirada pelas professoras de música Lucília Villa-Lobos, esposa do maestro Villa-Lobos, e Zaíra Oliveira, primeira esposa de Donga.
Quando saiu do colégio, foi morar com o tio Dionísio Bento da Silva, que tocava violão de sete cordas e fazia parte de grupo de chorões que reunia Pixinguinha e Donga, entre outros. Ao lado dele, aprendeu a tocar cavaquinho e outros instrumentos.
Em 1947, dona Ivone Lara se mudou para Madureira e começou a frequentar a escola de samba Prazer da Serrinha, mesma época em que começou a compor sambas.
Casou-se, aos 25 anos, com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha. Nesta época, passou a frequentar a escola, onde aprimorou os dotes de sambista e conheceu os amigos Aniceto, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, que mais tarde seriam seus parceiros em algumas composições.
Com a fundação do Império Serrano, em 1947, dona Ivone começou a desfilar pela verde e branco de Madureira.
Formada em Enfermagem e Serviço Social, com especialização em Terapia Ocupacional, exerceu a profissão e se dedicou a trabalhos em hospitais psiquiátricos, com o Serviço Nacional de Doenças Mentais.
Em 1965, ingressou na ala de compositores do Império Serrano e compôs, com Silas de Oliveira e Bacalhau, o clássico "Os cinco bailes da história do Rio". A partir de 1968, passou a integrar a ala das baianas.
Foi tema do enredo da Escola Império Serrano em 2012 e homenageada na 21ª edição do Prêmio da Música Brasileira, em 2010, e na 19º edição do Trem do Samba, em 2014. Em 2015, entrou para a lista das Dez Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.
Após permanecer três dias internada em consequência de uma insuficiência cardiorrespiratória, morreu. Centenas de amigos, fãs e admiradores participaram do velório, na quadra da escola Império Serrano. Em discurso, o neto André Lara contou que a carioca chegou a fazer show até seus 95 anos.
Produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentado por Narcélio Limaverde, o Brasilidade vai ao ar aos domingos, às 18h, com reprise às terças-feiras, às 23h.
RS/AT