O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), reuniu-se ontem com diversos parlamentares da base aliada do governador Camilo Santana (PT) para discutir a formação das comissões técnicas da Casa, dissolvidas desde fevereiro deste ano. A oposição não participou.       O encontro, segundo o presidente, teve como objetivo receber as indicações das lideranças dos partidos, reconfigurados depois do encerramento do prazo da janela partidária. Com os líderes indicados, a Mesa Diretora se reúne novamente na próxima segunda e terça-feira para as definições.       Ao O POVO, Zezinho afirmou que as novas composições das comissões vão ser feitas com base no regimento interno, mas respeitando os possíveis acordos feitos com os partidos, incluindo os da oposição.       "Por que ele, como membro da oposição, não une os partidos? Porque não querem abrir mão das lideranças"   JULIO CÉSAR (PPS), deputado estadual “Nós estamos fazendo o que o regimento interno diz, como é para compor. Agora, depois se um partido quiser colocar um membro de outro partido, num acordo, pode ser feito, desde que todos concordem”, considera.       O presidente da ALCE diz, no entanto, que se tem algum membro que quer ficar em uma presidência de uma comissão “vai depender dos membros se vão eleger ou não”.       Em meio às críticas da oposição de que o governo quer “matar” a atividade política dos adversários do governador na Assembleia, com a formação de um bloco com 23 deputados estaduais, o vice-líder do Governo, Julio César (PPS), rebateu as declarações do oposicionista Carlos Matos (PSDB) publicada na edição de ontem.   Matos havia afirmado que o grupo da base tenta, a todo custo, “matar” o espaço dos adversários na Assembleia. “Estão fazendo tudo pra tirar todos os espaços da oposição. Se eles vão conseguir ou não, eu não sei, mas tão tentando”, questionou.   O deputado Julio César alega que “o bloco (do Governo) se mantém. Saiu de 22 para 23 (deputados). Se o bloco se mantém, é incoerência do deputado Carlos Matos, porque a proporcionalidade vai ficar quase a mesma. É claro que um bloco de 23 deputados tem direito à maior parte dos membros das comissões”.       O vice-líder ainda alfinetou o grupo da oposição. “Por que ele, como membro da oposição, não une os partidos? Porque não querem abrir mão das lideranças. Então, ele deveria era trabalhar a oposição, fazer um bloco só e tentar indicar mais membros nas comissões”, critica.       Apesar da disputa para as comissões, o trabalho será interrompido para a campanha eleitoral que se inicia nos próximos meses.       ALCE       A participação nas comissões técnicas na Assembleia Legislativa do Ceará é uma das estratégias dos deputados estaduais para a atividade política nas comunidades.       WAGNER MENDES