Você está aqui: Início Últimas Notícias Comissão propõe mutirão para renegociar dívidas da agroindústria
O presidente da comissão, deputado Carlos Matos (PSDB), que propôs o debate, disse que muitas agroindústrias tiveram sua produção reduzida, perderam receita, demitiram funcionários e ficaram sem condição de honrar muitos dos compromissos por causa da seca. "Eles pleiteiam que seja alongado o prazo da dívida com os bancos para poder honrar os compromissos assumidos", destacou o deputado.
O parlamentar defendeu a necessidade de encontrar alternativas, como por exemplo, fundos compensatórios, para que não haja descontinuidade de negócio, quando o Estado suspende o de fornecimento da água por alguma razão.
O presidente do Sindicato Rural de Quixeramobim, Cirilo Vidal, declarou que as pequenas agroindústrias vêm sofrendo nos últimos seis anos com o agravamento da seca. Segundo ele, em 2012 começou a seca e faltou a matéria prima para ser industrializada, afetando a rentabilidade dessas agroindústrias e, com isso, elas começaram a atrasar os compromissos assumidos com os bancos. De lá prá não houve recuperação devido às secas sucessivas e piorou com a crise econômica que se instalou no País. "Nossa expectativa é que nessa reunião com a participação de todos os atores que fazem a cadeia produtiva do agronegócio, possa ser encontrada uma alternativa para a revitalização das pequenas agroindústrias do Ceará", destacou.
Ele afirmou que só no setor de laticínios várias indústrias fecharam as portas em Senador Pompeu, Quixeramobim, Monsenhor Tabosa, Crateús e Eusébio. E quem não fechou trabalha com a capacidade muito baixa, acrescentou. Jeania Rogério Gomes, gerente executiva da Superintendência Estadual do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), informou que desde o ano passado o banco tem realizado mutirões todo mês para tentar regularizar a situação dos pequenos produtores da agroindústria. "De um total de 136 mil operações que precisaram ser renegociadas, somente 24 mil operações foram regularizadas até hoje", afirmou.
Ela adiantou que o BNB tem cerca de R$ 8 milhões de reais para serem negociados com o setor, mas os produtores não podem pegar novos empréstimos devido a falta de regularização.
Na reunião ficou definido que na próxima segunda-feira (23/10), às 15h, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec) acontecerá a reunião para definir o novo mutirão de renegociação de dívidas, proposto na audiência.
Também participaram do debate, Lafayete Almeida de Oliveira, representando a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA); Erildo Pontes, da Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura do Estado (Seapa); Fred Osnan e José Antunes Mota, ambos do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Ceará; José Tito Carneiro, representante da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri); Bessa Junior, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); Pedro Henrique Lopes, da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece); Fred Acário, da Companhia de Desenvolvimento do Ceará (Codece), Wasley Maciel, da Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace); Edvaldo Santos Brito, da Confederação Nacional da Indústria (CNA); Irineu Machado Fonseca, da Federação Cearense de Apicultura.
WR/CG