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Protesto contra a ideia de formação de listas - QR Code Friendly
Quinta, 11 Mai 2017 04:17

Protesto contra a ideia de formação de listas

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Fernando Hugo diz que os partidos têm donos e por isso serão incluídos, na lista, os primeiros nomes de interesse deles para serem beneficiados Fernando Hugo diz que os partidos têm donos e por isso serão incluídos, na lista, os primeiros nomes de interesse deles para serem beneficiados ( Foto: José Leomar )
O Brasil é o País mais conturbado sociopolítico e economicamente no momento atual na América. A avaliação foi feita, ontem, na Assembleia Legislativa, pelo deputado estadual Fernando Hugo (PP). O parlamentar apontou que, indiscutivelmente, mesmo não tendo guerras de beligerância e confrontos, vivenciamos uma anti-paz social pela imensa quantidade de desemprego, pela terrível abrasão da economia e, principalmente, pela vida pública degenerada, propícia à manutenção da corrupção, da improbidade, coisas que, segundo ele, se vê Brasil adentro e Ceará afora.   Diante disso, Hugo ressaltou que voltaria a discutir a Reforma Política no Plenário até que alguma "consagração" no Congresso Nacional seja feita. "Cada vez que me debruço a meditar sobre isso, sem dúvida passa em minha mente que o PT e seus puxadinhos ou asseclas tinham posições fortíssimas quanto, por exemplo, a contribuições de campanha, jamais pensando em aceitar o público bancando as campanhas políticas. Mas mudou", relatou. "Hoje, o deputado petista Vicente Cândido que relata a matéria é defensor máximo da contribuição pública".   Na década de 90, ele contou, quando o ex-senador Sérgio Machado apresentou "trabalho fantástico neste Plenário, sobre a Reforma Política, atendendo a solicitação do estreante nesta Casa Fernando Hugo, aqui víamos a ferocidade com que os petistas iam de encontro a contribuição pública e lista", lembrou. "Quando se falava em lista aqui, o pau troava, na expressão chula e baixa. Hoje é o contrário".   Fernando Hugo apontou que o PT, hoje, critica as reformas que deixou de fazer quando no Poder durante os mandatos de Lula e Dilma. "Flecha o Governo Temer, numa forma insana de comportamento".   Baldeação   "Estou convicto de que o PT é bom em reforma, mas reforma do tríplex do Lula e do sítio de Atibaia. Mas nas outras, onde se manifesta, é para toldar a água sem fazer qualquer edificação. Onde vamos chegar?", questionou o deputado.   Afirmando que observava a força de apresentação da Reforma Política feita e apresentada na relatoria do deputado Vicente Cândido, pregou ser preciso que os brasileiros fiquem atentos. "Queiramos ou não, o Brasil de amanhã passa pela reformulação vinda numa nova legislação tão sonhada por todos nós, da política, das eleições e, sem dúvida, dos partidos. Como haveremos de entender que, na baldeação atual, se pegue lista? Existem partidos que são posses e propriedades de A, B, C e de D, existe no Ceará, em todos os estados e no Brasil", exclamou.   "O cara faz a lista, apresenta e, de acordo com o apurado partidário de votos, far-se-á eleito quem queira o proprietário de um partido", contou. "Isso é um absurdo, retrocesso coronelismo por excelência. Voltaremos a isto. É o coronelismo do século XXI, com lista. Isso é abrasão a tudo o que é democracia do mundo moderno. Não se pode admitir e nem aceitar que se faça esse tipo de aceitação", enfatizou o parlamentar do PP.   Todavia, ele disse que se põe a meditar quanto ao financiamento de campanhas. "Como é que vamos pegar dinheiro público e dividir para 20 candidatos de um partido? Como ter pelo menos uma divisão democrática? Eu não sei, e o deputado Vicente Cândido não propõe uma solução plausível. Se vier somente dinheiro público para bancar campanha, precisamos ter método", pregou.   Diferente   O deputado Ferreira Aragão (PDT) também falou sobre o momento político no Brasil. Para ele, há o que chamou de desencanto geral, reforçado pelo exagero disseminado nas redes sociais. "Eu, como homem de imprensa, não dou uma notícia de internet, onde todo mundo faz o que quer e tem muitas notícias falsas", alertou.   "Colocam na internet dizendo que a política acabou, que todo político é ladrão. Pregam o desencanto e uma decepção generalizada como se todo mundo fosse igual", criticou Ferreira Aragão, acrescentando que, se irmãos gêmeos não são iguais, o que dizer de outras pessoas. "Todo mundo é diferente e na política também é assim".   Por fim, o pedetista avaliou que não adiantaria afirmar que a política está acabada e dizer que a solução seria chamar os militares para tomar de conta do Brasil. "Como se também no meio militar não tivesse ladrão. Todo meio tem ladrão e no militar também tem. O ladrão é universal. A música e a ladroagem são duas coisas universais", afirmou. "O que precisamos fazer é melhorar a representação política. É votar bem", defendeu.
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