Você está aqui: Início Últimas Notícias Conscientização sobre brincadeiras perigosas na internet é proposta na AL
O assunto foi trato pela Comissão da Infância e da Adolescência da Assembleia Legislativa. Conforme a parlamentar, "devemos promover palestras e mobilizar escolas públicas e particulares, porque a falta de informações pode levar a uma tragédia”.
O tema foi apresentado durante a audiência pelo fundador do Instituto Dimicuida, Demétrio Jereissati. Ele criou o projeto após perder o filho, de apenas 16 anos, durante um “desafio” de asfixia. Demétrio ressaltou que muitos jovens entram em algumas práticas perigosas sem entender realmente os riscos que estão correndo. Ele apontou que faltam informações sobre a quantidade de mortes causadas pelas “brincadeiras” perigosas e que a falta de dados prejudica a adoção de medidas de prevenção.
Uma medida sugerida pelo fundador do Instituto Dimicuida foi a implantação da autópsia psicológica, que poderia ajudar a esclarecer o que motivou a ação que provocou a morte de uma pessoa.
O presidente da Associação de Peritos em Computação Forense, Marcos Monteiro, destacou o papel que a internet tem na propagação dos conteúdos que motivam as práticas de jogos e desafios que levam ao risco de morte. O perito explicou que os pais podem e devem checar os conteúdos acessados pelos filhos e o histórico de navegação, instalar softwares de monitoramento no computador e ter as senhas dos filhos. “Os pais respondem pelo que os filhos fazem. Esses jogos deixam rastros digitais, e é possível chegar até a pessoa que está motivando”, afirmou.
A psicóloga e membro do Comitê de Ciência e Educação Dimicuida, Fabiana Vasconcelos, reforçou a necessidade de um trabalho conjunto entre pais, escolas e profissionais de saúde para levar informação e prevenir mortes e sequelas em jovens que participam dessas práticas perigosas. Ela ressaltou também que a educação digital é de extrema importância e deve ser feita com os jovens e também com os pais. “Os pais são guias desses jovens, e isso inclui o uso de eletrônicos também”, opinou.
A psicóloga apontou alguns sinais que podem ajudar a identificar a prática do chamado “jogo da asfixia”: olhos vermelhos, marcas no pescoço, irritabilidade, roupas inadequadas para esconder marcas no corpo, isolamento, muito tempo conectado, desorientação, além de peças de roupas e objetos amarrados em locais incomuns, como cabeceiras de camas e cadeiras.
O historiador Adalto Leitão, pai de um jovem que faleceu em decorrência de um desses jogos, alertou que esses casos podem ocorrer com jovens de qualquer classe social e com qualquer tipo de perfil. “Essas brincadeiras acontecem dentro de casa, onde os pais acham que os jovens estão seguros”, destacou.
Também participaram o deputado Renato Roseno (Psol), a advogada Lara Almeida e a representante do projeto Alegria da Criança, Cristina Ribeiro.
JM/ AP