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Coluna Política - QR Code Friendly
Quarta, 13 Junho 2012 06:47

Coluna Política

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  A noite de segunda-feira demarca novo momento na política cearense. O começo do fim da era de relativa tranquilidade para os dois principais palácios. De imediato instalou-se no PT a disputa sobre a postura relativa ao governo. O partido, mais maduro, não mergulhará na oposição, ao menos no primeiro momento. Há concordância quanto à necessidade de portas abertas para o eventual 2º turno. Mas os movimentos coordenados pelo Palácio do Bispo objetivam o afastamento gradual. O primeiro gesto desse novo tempo foi a saída de Antônio Carlos, após a meteórica passagem pela Secretaria da Cultura (Secult). Antes de assumir o cargo, o ex-líder do governo Cid na Assembleia consultara a prefeita Luizianne Lins e o pré-candidato Elmano de Freitas. Ontem, sua saída foi igualmente decidida pelo Paço. O próximo debate a se instalar será sobre o retorno ou não dos secretários exonerados na semana passada. Começa a ganhar força a tese de que Nelson Martins, Camilo Santana e Francisco Pinheiro não devem voltar ao governo. Evidente que há pressão na direção oposta, não só dos que desejam reassumir os cargos, mas dos grupos que terão apoio do PSB no Interior nas eleições de outubro. Mas a posição contra a presença petista no primeiro escalão estadual vem não só da Prefeitura. Há risco concreto de o trio petista ser execrado pela militância pró-Elmano. A decisão que vier a ser tomada dirá muito sobre a posição da legenda daqui para frente. O TELEFONE DE CID E OS MODOS DO EX-LÍDERO telefone é fonte recorrente de problemas para o governador. Cid sempre negou, mas o rompimento tanto com Tasso Jereissati (PSDB), em 2010, quanto agora com Luizianne se seguiu a supostos telefonemas solenemente ignorados. Antônio Carlos foi menos paciente. Após sete ligações ao longo de uma manhã, enviou logo torpedo para pedir demissão da Secult. Cid poderia ser mais atencioso com certas ligações. Mas, convenhamos, mensagem por torpedo não é forma de se pedir exoneração de um cargo, sobretudo quando se assumiu menos de uma semana antes. Não são modos de se deixar uma secretaria de Estado. COMO A FATURA ZEROUEm 26 de maio, a manchete do O POVO trazia fala do governador: “Zerei minha fatura com Luizianne”. Cid fazia a contabilidade dos apoios recíprocos como dívidas eleitorais. Ele repete que apoiou Luizianne, em 2008, em gratidão pelo apoio dela à sua eleição, em 2006. Em tese, como a prefeita voltou a apoiá-lo em 2010, seria natural que repetisse o gesto em 2012. A própria prefeita chegou a apontar esse detalhe. Mas, na planilha de Cid, as situações de 2006 e 2010 são computadas de formas bem distintas. Para começar, considera que o engajamento da prefeita não foi o mesmo. Além disso, responsabiliza o PT pelo fracasso de sua estratégia, que incluía o apoio à reeleição de Tasso no Senado. E há ainda o desgaste acumulado desde a indicação de Tin Gomes (PHS) para vice-prefeito, em 2008. Cid não gostou da tentativa de Luizianne em influenciar na indicação que caberia a ele – coisa que o governador não fez em 2006, quando a prefeita indicou Francisco Pinheiro (PT) para vice-governador. Sem falar dos problemas administrativos cotidianos, dentre os quais o impasse do estaleiro no Titanzinho e a polêmica com a Cagece foram apenas os mais visíveis. As sequelas se acumularam e havia sempre a necessidade de escalar um bombeiro. A casa começou a ruir quando o homem normalmente escalado para apagar o fogo, Ivo Gomes, passou a colocar combustível no incêndio que deveria debelar.
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