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Sexta, 30 Setembro 2016 05:31

Coluna Politica

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Caciques escondidos O 1º turno termina sem que nenhum dos principais líderes da política cearense tenha aparecido nos programas eleitorais. Sempre houve campanhas em que um ou outro político de destaque, considerado mais desgastado, era mantido longe dos holofotes. Mas, dessa vez, a situação é quase generalizada. A realidade destoa muito das últimas eleições.   Na campanha de 2008, Luizianne Lins (PT) se reelegeu com o discurso da Fortaleza “três vezes mais forte”. Referia-se à aliança dela com o então governador Cid Gomes e com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2012, Elmano de Freitas agarrou-se à imagem de Lula e Luizianne, enquanto Roberto Cláudio se atrelou a Cid e Ciro Gomes.   Dessa vez, Cid e Ciro não são vistos na campanha de RC. Nem em atos nem em programa eleitoral. Capitão Wagner tampouco explora as imagens de Tasso Jereissati (PSDB), Eunício Oliveira (PMDB), muito menos do presidente Michel Temer (PMDB). Só Luizianne tem recorrido a Lula.   Antes, a eventual discrição sobre caciques era decorrência de desgastes pontuais e situações conjunturais. Hoje, o quadro é mais generalizado. Um dos mais evidentes reflexos do desgaste da política, de forma geral, ocorrido nos últimos anos.   Há lado bom em tirar de cena os líderes políticos e dar protagonismo aos candidatos. Eles passam a depender do próprio desempenho e das qualidades pessoais, não transferidas. O problema é que essas alianças são determinantes para um possível governo. Elas influenciam a eleição. Então, é importante que fiquem claras ao eleitor.   INCERTEZA SOBRE INÉDITO 2º TURNO FORA DA CAPITAL Caucaia se tornou o único município do Ceará, além de Fortaleza, a ultrapassar a marca de 200 mil eleitores. Com isso, é o único com possibilidade de haver 2º turno, além da Capital. Porém, a recente pesquisa Ibope realizada no segundo maior município cearense mostra a incerteza sobre se a decisão será já no 1º turno.   Naumi Amorim (PMB) tem 39% das intenções de voto. O adversário que aparece mais próximo é Eduardo Pessoa (PSDB), com 27%. Somados, os adversários têm 42%. Como a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, não é possível afirmar se Naumi terá mais votos que a soma dos adbersários, condição para vencer no 1º turno. Em votos válidos, Naumi tem 49% e Pessoa, 33%.   FORÇAS POLÍTICAS EM TORNO DA DISPUTA Naumi Amorim conseguiu reunir em torno de sua campanha leque diverso de forças políticas. Seu principal apoio é o grupo da família Aguiar, do deputado federal Domingos Neto (PSD) e da prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar (PMB) - respectivamente filho e mulher de Domingos Filho, conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O próprio Naumi é oriundo de Tauá, embora faça política em Caucaia. E levou para seu palanque o PT do governador Camilo Santana e o PDT do ex-governador Cid Gomes. E, ao lado de ambos, o PMDB do senador Eunício Oliveira. Aliás, mais ou menos. Quem levou o PMDB à coligação foi José Gerardo Arruda, ex-deputado federal e que detém o controle da legenda do Município. A vice de Naumi é a filha de Zé Gerardo, Lívia Arruda (PTB). Nos bastidores, fala-se que a aliança teria desagradado Eunício.   A tentativa de conquistar Caucaia é parte crucial da estratégia da família Aguiar. O grupo era aliado de Eunício e se tornou parceiro dos Ferreira Gomes. Gradualmente, porém, tem atuado de forma cada vez mais autônoma. Tem perspectiva de sair forte em muitos municípios do Estado. E ter peso decisivo nas articulações de 2018.  
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